25 fevereiro 2009

Sentir é fácil... Difícil é fazer...

Hoje recebi um presente... desses que cortam o coração. Recebi um texto-desabafo-depoimento-desafio. Esses com gosto de "eu queria escrever isso!".

Meu querido Marcelo Quintela escreveu um texto tão cortante que me faltam as palavras e sobram desafios.

A todos que me lêem (vou escrever assim e pronto acabou!) esse texto é o mais auto-explicativo (vou escrever assim de novo) que posso chegar! Ao ler o Quintela, você lê o César absolutamente exposto e revelado.

Tomo as palavras dele pra mim. Este sou eu, ainda que seja ele.

Este é Espírito que habita em mim. O Cristo revelado.

É longo, mas quem me preza, por favor leia até o fim.

Com amor. César

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"Gostaria de não saber destes crimes atrozes... É todo dia agora, e o que vamos fazer? Quero voar pra bem longe, mas hoje não dá! Não sei o que pensar e nem o que dizer: Só nos sobrou do amor A falta que ficou." (R.R.)


Não estou amargurado, é só óbvia constatação: A alienação humana é crescente!

Cresce na mesma proporção que avança o conhecimento inesgotável, a força da grana e a torrente ininterrupta de informação diária!

Triste paradoxo, então: Quando mais funções a exercer, exigências a cumprir e extenuantes horários de trabalho – menos produzimos para a Vida, menos criamos, menos integramos os vulneráveis... Esses "outros" que vivem de catar nossos dejetos, de recolher o desperdício de nossos desejos, de tirar da nossa frente a sujeira que deixamos pelo caminho obstinado de viver em concorrência, comprando o que não precisamos, com o dinheiro que não temos, para exibir para os que não gostamos!

Você me dirá: “Não sou alienado não. Ao contrário, sou antenado. Sei de tudo!”

Pois é, essa é a primeira geração de seres humanos que sabe de tudo e de todos, e, contudo, no máximo sente afliçõeszinhas passageiras com noticiários diários da urbanidade desvairada.

Sentir angústia ficou coisa fácil.

Difícil é fazer alguma coisa mesmo!

Anda todo mundo aflito com tudo, mas pouca gente se mexendo para algo.

Anda todo mundo preocupado com os destinos de tudo, mas isso não vale mais que uma conversa de bar; é so um assunto "corta-tesão"! "Deixa pra lá... O Obama vai resolver, o "pré-sal vai solucionar!" - e coisas desse tipo.

Quanto mais informação, mais desinteresse... Essa que é a verdade factual. Assistimos a calamidade dos muitos mundos ao nosso redor pela telinha que faz tudo ficar longe; e o fazemos como quem ouve o relatório de uma Ata. É ouvir, aprovar e guardar... Vamos para casa dormir, daí.

E os mais sensíveis? Eles choram; e chorar os aliviam e pronto. Ajuda a rir no dia seguinte, quando tudo já foi esquecido.

Eu trabalho o dia inteiro. Sou filho desse tempo. Também não tenho tempo. À noite, brinco com meus filhos, abraço minha mulher e leio um livro qualquer dentro do meu lar-prisão, da minha casa-bunker. Na clínica, enquanto atendo gente a cada meia-hora, ainda respondo dezenas de emails e telefonemas o tempo todo. Faz tempo não sou dentista, virei "gentista"! Foi sem querer. Eu só queria ser um bom profissional, mas as pessoas cheias de dorer mudas, vieram ao consultório acompanhadas de suas bocas (eu só queria suas bocas), e passaram a falar e falar...

Além disso, faço uma tese aqui, publico artigos cientificos bobinhos ali e dou aula acolá...Viajo o Brasil todo!

Inquieto como é minha geração, eu cuido da vida de "sonho americano". Corro atrás do pão nosso de cada dia. Do pão, da pizza, do ar condicionado e da melhor escola da cidade! – esses são meus cuidados. Cuidados de um cidadão!

De uns quatro anos para cá, todavia, minha vida ganhou uma nova dimensão de atuação que me deu saúde em meio às tensões do dia-a-dia. Eu que já flertava com as águas que Deus move, agora mergulhei de cabeça mesmo!

Eu me meti a ajudar gente. Estender o braço. Dar força ao cansado. Prover dispensas e encher geladeiras.

Eu me atrevi a sair da minha zona de conforto, me atrevi a dividir cargas e dar o que Deus me deu!

Todo dia alguém me pergunta: Você não cansa?

Canso. Mas com nada disso.

Solidariedade não cansa. Fraternidade renova as forças do Ser.



Abri em Santos (São Paulo) um centro de palestras. Tenho um auditório dominical. De lá eu prego o que creio. Arranjei uma Causa pela qual viver e morrer. Sartre já dizia que sem uma causa para morrer, a gente não consegue viver! Então, desse lugar (em especial) eu anuncio o Evangelho – proposta de saúde humana integral: Perdão para a alma culpada, Pão para o corpo fraco, Afeição relacional para o espírito solitário. E isso que é o Evangelho.

Abri em Santos um espaço secular. Tão secular como secular é o próprio Evangelho! Feito para o mundo e ao alcance de todo homem! Secular porque não-religioso. Secular porque fala com o mundo com a linguagem do mundo! E só não entende quem não quer, só não entende quem odeia o amor!

Secular, principalmente, porque não acredito em religião.

Não acredito na representação de Deus na Terra, nas agências oficiais, exclusivas.

Não abomino e nem desprezo a história de gente da religião que mudou a história de gente sofrida.

Só não acredito que a força das megas-religiões seja a força de Deus no mundo! Deus é anônimo, Deus é marginal. Deus é carpinteiro, Deus não é marqueteiro!

Por isso, não acredito que a “prestação de serviços espirituais” presta para alguma coisa que vá para além das formalidades de batizar, casar e enterrar seus súditos discípulos culturais. Além disso, o que se vê - é ninguém me poderá contradizer - é só extorsão por parte dos mercadores da fé e dos corretores das bolsas de valores espirituais. Há também a outra turma: O pessoal "do bem" que "pensa" a Fé e que quer dar VIDA ao que nasceu morto: o cristianismo e suas ramificações dissidentes! Aí ficam fazendo ressucitação cardio-pulmonar em múmia! Tanto por tão pouco!

Eu juro que presto atenção no que eles dizem, mas no fundo eles não dizem NADA, NADA, NADA, NADA, não!

Teologia me dá nojo! Eles discutem "Deus" enquanto o problema é o "homem". Eles refletem sobre o fim do mundo enquanto “o futuro é o presente; e o presente já passou!”

Já cansei também do sindicato anti-evangélico... gente abusada por um padreco aqui e "dizimada" por um bispo universal ali... O pessoal que fala pelos cotovelos contra a "igreja", mas não se mexe para NADA! Cansei dos caras que mandam os chefes da religião para o inferno, mas não vão até lá buscar os que nele vivem! Viciaram-se em criticar, descer o cacete na cabeça dos pastores milionários e dos padres pedófilos, enquanto engordam as próprias contas bancárias e zapeiam de madrugada por canais eróticos e sites pornôs!

É lógico que meu "canteiro de esperanças" chamado ESTAÇÃO do CAMINHO DA GRAÇA (www.caminhoemsantos.blogspot.com) quer todo dia virar “igreja” (no pior sentido do termo: lugar de cultuar a sorte de possuir uma espécie de blindagem comunitária contra tetos que caem na cabeça do pessoal que não fica debaixo da nossa cobertura imantada!).

Sim, nesse meu espaço de encontro do Evangelho com a secularidade, a tentação dos infernos todo dia me propõe virar “religião” (e isso também no pior sentido do termo: “vamos fazer uma cabana aqui mesmo e ficar aqui dentro com as grandes figuras do panteão judaico-cristão, onde, de modo algum, NADA nos acontecerá!”).

A proposta da religião é o chamado à alienação da solidariedade! É o chamado covarde para dentro de uma Nave-Mãe, um Templo Maior, uma Catedral de Cristal, um Vaticano - Estado ideal, a Arca de um Noé que vai assar um bicho por dia durante o dilúvio de iniquidades desses dias chamados "maus".

Não falo só de alienação social. Não sou marxista não. Percebo que o pessoal sofre da alien-ação de um “alien” mesmo!

É uma ânsia de ser diferente só pra ver se Deus poupa a gente dos holocaustos que fritam diariamente toda gente! O crente, de um modo geral, é um “alien” sim! Ele pensa que não tem compromisso com esse chão maldito, já que "não é desse mundo". Daí sua motivação ser alienada e egoísta, pois o indispõe a cuidar de uma Terra cheio de áfricas órfãs e viúvas trabalhando até morrer de exaustão! Ou o fará somente se os tais "venderem" suas almas à cartilha por eles pregada em cruzadas assistencialistas, num verdadeiro "veste-índio colonizado" dos tempos modernos.


Parece que nunca ouviram dizer que, no final, Ele dirá a quem amou: "Quem deu a algum dos Meus pequeninos, a Mim me deu!"


Minha esperança é a esperança de um peregrino, de um forasteiro existencial, de um cara de passagem que enquanto passa, não quer deixar passar a chance de “SER” na direção do outro que “É” como eu, entretanto, sem as oportunidades e favores que eu mesmo tive! É simples assim.


E, ou será assim, ou eu é que deixarei de “SER”!


É por isso que não organizei departamentos e ministérios intra-muros nessa Estação-Espaço Comunitário. Senão, daqui a pouco, estou eu envolto com a agenda frenética de jantares de confraternização, de noites de caldo verde, sorvetadas e vida de clube! Senão, daqui a pouco, estou eu envolto com a escala de músicos, com o registro de atas, com as classes de catequese, a pintura da fachada e a decoração dos gabinetes sacerdotais como quem pensa, com tudo isso, estar fazendo toda a Obra de Deus na Terra! – num “chamado” para dentro do umbigo institucionalizado!


To fora! Fora. Bem fora! Lá fora. Debaixo do sol de Samaria e da Baixada Santista!


O movimento "Caminho da Graça" quer ser contemporâneo? Quer responder às demandas reais desse tempo?

Então, vamos para fora! O "Sacrifício" foi lá fora dos portões da cidade da Religião. Apadrinhem crianças, adotem ONGs, se incluam nelas, organizem a assistência, para atingirem o máximo de desafortunados possível. Tem ONG (termo genérico) cuidando de crianças drogadas, de pequeninos hospitalizados e de jovens-sem-futuro.


Ora, preguem o Evangelho do Amor, e se necessário for, usem até palavras. Mas, enquanto fazem discursos, fomentem recursos humanos e materiais na direção daqueles que já realizam um trabalho de vossa confiança, como temos aqui:

www.projetoondas.org com o Jojó de Olivença, no Guarujá
www.aascidadania.com.br e voluntários do Riso, em Santos
www.projetocamara.com.br em São Vicente


Isso é pouco? Sim, quem dera fosse mais. Com você junto, quem sabe, seria mais.

Só é alguma coisa porque é melhor que o NADA que a maioria faz!


São as coisas que me cabem hoje. Amanhã será depois. São iniciativas conduzidas por gente que eu confio, que eu amo e admiro! Gente que não ganha nada com isso, que não tem ONG-fantasma e nem intenção política. Gente que escolheu ser gente de Deus. Gente que senta para me ouvir domingo à noite, mas depois levanta como quem ouviu o soar do gongo no ringue.



Porque agora já virou uma questão de escolha.

Eu escolhi.



Ora, dentro desse texto rápido qualquer psicanalista identificará as feridas que me feriram e dirá que é tudo sublimação.



Whatever! Vou curar minhas feridas drenando abcessos alheios.

Já faço isso há muito tempo. Meu alívio é ver o alívio do outro.

Vem comigo, por favor.

Na mesma Graça,

Marcelo Quintela

21/02/2009

20 fevereiro 2009

Paintball FAIL

Em homenagem à nossa turma de Paintball!!!

Precisamos marcar a de 2009!!!



Fonte

18 fevereiro 2009

Sinais

Opa!

Todos sabem que amo filmes certo?

Vi essa dica de curta no Sedentário hoje e vale a pedida. Tire aí 15 minutinhos pra assistir! Muito... mas muito bom mesmo.


13 fevereiro 2009

Cuidado com o que você canta para o seu filho

Bom gente, ando trabalhando muito... nisso minha criatividade foi a zero! Por isso a ausência de textos meus por aqui. Enquanto isso, vou compartilhando o que me faz rir! Pra relaxar: CONVERSA DE DUAS CRIANÇAS!!!!

- E aí, véio?

- Beleza, cara?

- Ah, mais ou menos. Ando meio chateado com algumas coisas.

- Quer conversar sobre isso?

- É a minha mãe. Sei lá, ela anda falando umas coisas estranhas, me botando um terror, sabe?

- Como assim?

- Por exemplo: há alguns dias, antes de dormir, ela veio com um papo doido aí. Mandou eu dormir logo senão uma tal de Cuca ia vir me pegar.
Mas eu nem sei quem é essa Cuca, pô. O que eu fiz pra essa mina querer me pegar? Você me conhece desde que eu nasci, já me viu mexer com alguém?

- Nunca.

- Pois é. Mas o pior veio depois. O papo doido continuou. Minha mãe disse que quando a tal da Cuca viesse, eu ia estar sozinho, porque meu pai tinha ido pra roça e minha mãe passear. Mas tipo, o que meu pai foi fazer na roça?
E mais: como minha mãe foi passear se eu tava vendo ela ali na minha frente?
Será que eu sou adotado, cara?

- Sabe a sua vizinha ali da casa amarela? Minha mãe diz que ela tem uma hortinha no fundo do quintal. Planta vários legumes. Será que sua mãe não quis dizer que seu pai deu um pulo por lá?

- Hmmmm. pode ser. Mas o que será que ele foi fazer lá? VIXE! Será que meu pai tem um caso com a vizinha?

- Como assim, véio?

- Pô, ela deixou bem claro que a minha mãe tinha ido passear. Então ela não é minha mãe. Se meu pai foi na casa da vizinha, vai ver eles dois tão de caso. Ele passou lá, pegou ela e os dois foram passear. É isso, cara. Eu sou filho da vizinha. Só pode!

- Calma, maninho. Você tá nervoso e não pode tirar conclusões precipitadas.

- Sei lá. Por um lado pode até ser melhor assim, viu? Fiquei sabendo de umas coisas estranhas sobre a minha mãe.

- Tipo o quê?

- Ela me contou um dia desses que pegou um pau e atirou em um gato.
Assim, do nada. Puta maldade, meu! Vê se isso é coisa que se faça com o bichano!

- Caramba! Mas por que ela fez isso?

- Pra matar o gato. Pura maldade mesmo. Mas parece que o gato não morreu.

- Ainda bem. Pô, sua mãe é perturbada, cara.

- E sabe a Francisca ali da esquina?

- A Dona Chica? Sei sim.

- Parece que ela tava junto na hora e não fez nada. Só ficou lá, paradona, admirada vendo o gato berrar de dor.

- Putz grila. Esses adultos às vezes fazem cada coisa que não dá pra entender.

- Pois é. Vai ver é até melhor ela não ser minha mãe, né? Ela me contou isso de boa, cantando, sabe? Como se estivesse feliz por ter feito essa selvageria. Um absurdo. E eu percebo também que ela não gosta muito de mim. Esses dias ela ficou tentando me assustar, fazendo um monte de careta.
Eu não achei legal, né. Aí ela começou a falar que ia chamar um boi com cara preta pra me levar embora.

- Nossa, véio. Com certeza ela não é sua mãe. Nunca que uma mãe ia fazer isso com o filho.

- Mas é ruim saber que o casamento deles é essa zona, né? Que meu pai sai com a vizinha e tal. Apesar que eu acho que ele também leva uns chifres, sabe? Um dia ela me contou que lá no bosque do final da rua mora um cara, que eu imagino que deva ser muito bonitão, porque ela chama ele de 'Anjo'. E ela disse que o tal do Anjo roubou o coração dela. Ela até falou um dia que se fosse a dona da rua, mandava colocar ladrilho em tudo, só pra ele pode passar desfilando e tal.

- Nossa, que casamento bagunçado esse. Era melhor separar logo.

- É. só sei que tô cansado desses papos doidos dela, sabe? Às vezes ela fala algumas coisas sem sentido nenhum. Ontem mesmo veio me falar que a vizinha cria perereca em gaiola, cara. Vê se pode? Só tem louco nessa rua.

- Ixi, cara. Mas a vizinha não é sua mãe?

- Putz, é mesmo! Tô ferrado de qualquer jeito.

Por email.

10 fevereiro 2009

Mysterious Guitar Man

Pense num cabra que toca muito... e manja muito de edição também.



Inté

dica do Rafael

05 fevereiro 2009

GI Joe

Ahá! Como a indústria americana está ficando cada vez mais sem temas, apelam para o que era muuuuito bom no passado!

Vem aí mais um filme com meus heróis de Infância!

Agora ainda está faltando um decente do He-man! E pra arrematar: Cavaleiros do Zodíaco! Aí a criança aqui tava feliz da vida!

Olha só quem chega esse ano!!!!!!!! Nuuuuuuuuuuuuuuu:

04 fevereiro 2009

"Deus" como Diabo e o Diabo como "Deus"





Muita gente me escreve de fato na dúvida, querendo uma confirmação...

Outros, no entanto, escrevem querendo uma validação para o que já decidiram.

Outros ainda escrevem por estarem mesmo completamente perdidos, sem saber o que fazer.

Há ainda os que escrevem apenas por curiosidade, desejosos de apenas saberem o que digo, às vezes até para discutirem com outros...

Respondo a tudo o que consigo, com todo amor. Aliás, somente separar o tempo, no meio de tantas coisas, para responder cartas e cartas, creia, somente se for pela força do amor, pois, muitas vezes, a alma fica sem ânimo ante um trabalho sem fim.

Quando leio uma carta, em geral vejo que a própria carta já trás consigo a própria resposta que a pessoa carece.

Entretanto, a pessoa menciona a solução como problema ou impossibilidade da vontade de realizar.

Sim! A maioria sabe o que fazer, mas apenas não o deseja ou diz que não consegue por não querer conseguir.

Isto porque quando se está tomado pela força do desejo, da paixão, da fixação orgulhosa ou do egoísmo inflexível, fica-se cego para tudo aquilo que, de outra forma, saberíamos exatamente o que é e como proceder.

Ora, isto apenas mostra que grande parte do que nós chamamos “meu problema”, quase sempre deveria ser chamado apenas de “meu desejo”.

Então, nesse caso, estabelece-se a luta entre a consciência fragilizada e o desejo ou a idéia fixa; e, quase sempre o desejo vence para a problematização e a infernização da vida da pessoa.

Afora os problemas que envolvem circunstancias complexas ou problemas mentais, os demais são apenas caminhos criados pelo desejo.

E mais: quando não são criados pelo desejo são criados pela necessidade moldada pelo grupo a que se pertence, no caso, a “igreja”.

Sim! A maior parte dos problemas que aqui trato ou respondo, são problemas que decorrem do sexo reprimido, e que, uma vez solto, descaceta a pessoa e a põe como que ladeira abaixo... sem controle e de modo completamente compulsivo.

Então, quando não seja sexo o problema, no entanto, quase sempre os demais problemas decorrem da culpa herdada pelos excessos neuróticos da “igreja”.

Uma pessoa “de fora” lê as angustias aqui expressas por muitos, e não entende nada. Algumas me escrevem querendo saber se, caso se convertam, ficarão com aquelas mesmas seqüelas dos crentes.

Ao respondê-las sobre isto digo “não”.

Digo que dependerá do que a pessoa tiver na mente, de que grupo freqüente, e, sobretudo, de como se fundamente a fé da pessoa, se na Palavra de Deus ou nas doutrinas dos homens.

O fato é que o Evangelho mesmo, sozinho, sem “igreja” e sem “doutrinação moral”, jamais poderia fazer mal a ninguém.

E mais: sem os “pastores-lobos” ou sem os “pastores-perdidos”, nenhuma pregação do Evangelho criará nada na pessoa que não seja vida e paz.

Porém, o uso errado do Evangelho, misturado com toda essa confusão de “igreja”, adoece a alma tanto ou mais que uma boa macumba, posto que tudo seja feito em nome de Jesus, o que faz com que a alma se perturbe mais do que quando pratica a mentira em nome do diabo.

Macumba faz menos mal à mente do que uma crença cristã sem Deus.

Sim! Pois na macumba ninguém vai pensando em bondade ou em Deus. Lá tudo é como é; ou seja: existe a franqueza do objetivo maldoso e manipulador.

É melhor lidar com o diabo como diabo do que com o diabo como “Deus”, que é o que acontece na crença cristã sem Deus, sem Jesus e sem Evangelho.

Digo isto porque pior do que o diabo é “Deus” como um diabo.

Ora, a maioria dos crentes, na prática, lida com “Deus” como diabo e com o diabo como “Deus”.

“Deus” como diabo porque o “Deus” dos crentes é tão cheio de venetas malucas e perversas como um diabo.

Diabo como “Deus” porque o diabo dos crentes é, na prática, em geral mais poderoso do que “Deus”.

Assim, o “crente” segue oprimido por “Deus” e pelo diabo; e mais: pelo “diabo” dos “crentes”, que é mais poderoso do que o diabo real.

Ora, a maior dificuldade do Evangelho no coração dos crentes viciados em “Deus” como diabo e no diabo como “Deus” está no fato de que eles não sabem fazer a diferença.

Sim! Deus e o diabo se parecem muito na cabeça dos “crentes”.

Na maioria das vezes o que distingue um do outro é apenas o discurso, pois, na prática, eles, “Deus e o diabo”, se parecem muito.

Ora, tal ambigüidade e ambivalência em Deus e no diabo é o que faz a devoção dos crentes um exercício de medo e pânico.

Por isto os “crentes” não gostam de silencio, nem de quietude e nem de culto sem muita agitação, pois, no silencio mora a indefinição entre “Deus” e o “diabo”.

Se você não entendeu ainda nada, digo:

Quando você se converter entenderá então tudo o que estou dizendo e verá tudo com extrema clareza.

Até lá, todavia, fica a dúvida, a qual eu provoco em você na intenção de ver se sua mente fica livre do “Deus/diabo” e do “diabo/Deus”.

Pense nisto!

Nele, que é amor,

Caio
4 de fevereiro de 2009

Tarântulas

Valeu Pavablog... esse texto é f#*!%&!!!!


Das Tarântulas


Pois que o homem seja redimido da vingança: esta é para mim a ponte para a mais alta esperança e um arco-íris depois de longas intempéries.

Mas outra coisa, sem dúvida, é o que querem as tarântulas. "É precisamente isto que se chama para nós justiça, que o mundo fique repleto das intempéries de nossa vingança" - assim falam elas entre si.

"Vingança queremos exercer, e ignomínia, sobre todos os que não são iguais a nós" - assim se juramentam os corações de tarântula.

"E 'vontade de igualdade' - este mesmo deve ser, de agora em diante, o nome da virtude; e contra tudo o que tem poder queremos levantar nossa gritaria!"

É assim, ó pregadores da igualdade, que o delírio tirânico da impotência grita em vós por "igualdade": vossos mais secretos apetites de tiranos se camuflam assim em palavras de virtude!
Contrariada vaidade, contida inveja, talvez vaidade e inveja de vossos pais: de vós irrompe como chama e delírio de vingança.

O que o pai calou toma a palavra o filho: e muitas vezes encontrei o filho como o segredo desnudado do pai.

Aos inspirados se parecem eles: mas não é o coração que os inspira, - mas a vingança. E quando se tornam finos e frios, não é o espírito, mas a inveja, que os faz finos e frios.

Seu ciúme os conduz também pelas veredas do pensador; e esta é a marca de seu ciúme - sempre vão longe demais: até que seu cansaço acabe por se deitar na neve para dormir.

De cada um de seus lamentos ecoa vingança, em cada um de seus louvores há um fazer-mal; e o ser-juiz parece-lhes a felicidade.

Assim, porém, vos aconselho, meus amigos: desconfiai de todos em quem o impulso de castigar é poderoso!

É um povo de má espécie e ascendência; de seus rostos olha o verdugo e o cão de caça.

Desconfiai de todos aqueles que falam muito de sua justiça. Em verdade, em suas almas não falta somente mel.

E quando denominam a si próprios "os bons e os justos", não esqueçais que para serem fariseus nada lhes falta, a não ser poder!

Meus amigos, não quero ser misturado e confundido.

Há aqueles que pregam minha doutrina da vida: e ao mesmo tempo são pregadores da igualdade e tarântulas...

Friedrich Nietzsche, em Assim falou Zaratustra.

Papai, olha lá... o cara do Kiss virou pastor!!!!


O título é brincadeira minha, mas o texto é muito interessante. Indicação do meu bom amigo Zé Inácio lá no site Cristianismo Criativo.

Entenda a piadinha lendo o texto.

E aliás, muita gente já gritaria glórias e aleluias e labassurionderrá SHUUUUUU! de ouvir que o Gene Simmons agora é pastor... é óbvio que conheço bons pastores e tenho alguns que amo tanto e sei que não poderiam ter sido outra coisa, pois sua vida foi em função de servir a Deus segundo esta função. Mas exceto estes... há muito que ser pastor não é um sinal assim tão bom.

Mas leia o texto que é melhor do que eu escrevendo aqui...

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A Igreja de Gene Simmons

Tive uma adolescência longe do Evangelho. Na verdade, nasci de uma família católica nominal, não-praticante. Naquele tempo, comecei a me interessar – e muito – por música, em especial por rock’n’roll. Passava todo o tempo ouvindo rock. E uma das bandas que mais me chamava a atenção era o Kiss.

Com suas maquiagens e roupas extravagantes, eles pareciam personagens de quadrinhos – na verdade, até se tornaram, durante os anos 70, ao serem desenhados pela Marvel. Quem mais se sobressaía era o baixista, Gene Simmons, e sua língua quilométrica.

O grande sucesso do Kiss foi a música “Rock’n’roll all nite”, cujo refrão dizia: “eu quero rock’n’roll a noite toda, e festa todo dia”.

Sei que pode parecer heresia (aliás, hoje em dia, o ato de pensar é encarado como herético...), mas será que, como igreja evangélica, não estamos nos pautando pelo refrão do Kiss, em vez de nos pautarmos por aquilo que diz o Senhor em sua Palavra?

Afinal, queremos “rock’n’roll” (ou adoração, se você preferir) a noite toda (ao menos, nas noites de domingo) e “festa” (ou “vida de vitória”/prosperidade) todo dia. Infelizmente, nosso protestantismo (se é que pode ser considerado assim) tupiniquim celebra muito a adoração, o louvor, a exaltação... mas será que tudo isso é suficiente?

Cantamos muito sobre a paixão por Deus. Mas como podemos estar “apaixonados” (termo extrabíblico, mas vá lá) por Deus, se nossa paixão não se traduz em missões, em testemunho, em transformação social, para que nosso país, tão sofrido e combalido pela corrupção, possa reconhecer que o Senhor é nosso Pai e somos seus filhos? Quando Deus, por meio do profeta Amós, diz: “Aborreço, desprezo as vossas festas, e não me deleito nas vossas assembléias solenes. Afasta de mim o estrépito dos teus cânticos, porque não ouvirei as melodias das tuas liras” (Am 5.21, 23), devemos encarar o seu aborrecimento como dirigido à igreja evangélica brasileira, como um alerta para nosso arrependimento e conversão a ele.

Acredito que nem tudo está perdido. Deus sempre tem os seus que não dobraram os joelhos a Baal (1 Rs 19.18). Há ainda aqueles que não se pautaram pela indústria de entretenimento gospel para formatar sua adoração a Deus. Ainda há aqueles que lutam bravamente contra o individualismo e o mercantilismo exacerbado de nossa cultura, que tem solapado os limites de nossas igrejas.

Há muito o que fazer. Temos ministérios riquíssimos, com direito a jatinhos exclusivos, canais de televisão (aberta e a cabo), igrejas que parecem verdadeiros “shopping centers”, ministérios que parecem empresas transnacionais. Porém, aos olhos do Senhor, não temos nada: carecemos de sua presença. Carecemos de simplesmente andar com ele, de simplesmente ouvir aquilo que ele tem a nos dizer. Estamos ocupados demais para ouvir a voz de Deus. À semelhança de Laodicéia, achamos que nossa expressão numérica é sinal de bênçãos sem medida de Deus, mas, na verdade, somos pobres, miseráveis, cegos e nus (Ap 3.17).

Ainda há tempo. Tempo de arrependimento, de abandonar o padrão de Gene Simmons e adotar o padrão do Crucificado. Que o Senhor tenha misericórdia de nós.

03 fevereiro 2009

É uma armadilha de satanasssssssssssss

De vez em quando a gente encontra umas....

Clip que o Rafa me indicou... depois passa no blog dele que é bom até...



Não vou fazer piada não... mas eu ri bastante.