29 janeiro 2010

Comovido como o diabo

“Eu não devia te dizer
mas essa lua
mas esse conhaque
botam a gente comovido como o diabo.” Drummond


Sabe, tem dias que simplesmente... é foda! Pras mulheres estes dias seriam taxados como TPM, onde a emoção e o desejo de nos trucidar fica a flor da pele. Para nós, homens, dias assim... seriam... sei lá... ressaca?

Ontem foi um desses.

Fiquei comovido com um filme que você vai rir, eu tenho certeza! Show de vizinha... agora você já pode rir ok?

Parou? Não? Ok...

Agora sim né... voltando ao assunto:

É mais uma história dessas de amor barato, um moleque se apaixona por sua vizinha, uma atriz pornô em crise que quer sair do negócio. E nele descobre alguém que olha pra ela de uma forma simples e verdadeira. Sem preconceitos. E há vários takes de olhares entre os dois que são absolutamente holywoodianos. O mais corriqueiro é esse encontro de mundos: alguém que carrega um histórico mesmo com sua pouca idade e precisa enfrentar o preconceito para se livrar disso e do outro lado um rapaz que quer ser presidente, um baita nerd que tem toda uma vida pela frente. Essa é a encruzilhada onde estão os dois.

Mas o texto não é sobre isso. É sobre um tempo onde achávamos a paixão e o amor os maiores desafios de nossas vidas. Onde o gostar de uma determinada menina fazia tudo parecer diferente.

Era poder voar após um beijo. Era ter olhos que poderiam brilhar no escuro!

Sabe, tomara que o céu seja assim, recheado dessas sensações. Como numa paixão incompreensível, incontrolável... e doce. Não vai mais precisar ter a conotação sexual. Mas ainda será paixão.

E assim, tento olhar pra esse céu através da janela aqui do escritório. Pra encher o vazio do horário comercial.

Pra encher o vazio da vida que se cansa de olhar a desigualdade, mas que luta como Don Quixote quando vê qualquer raio de amor e felicidade.

“As guerras, as fomes, as discussões dentro dos edifícios
provam apenas que a vida prossege
e nem todos se libertaram ainda.
Alguns, achando bárbaro o espetáculo,
prefeririam (os delicados) morrer.
Chegou um tempo em que não adianta morrer.
Chegou um tempo em que a vida é uma ordem.
A vida apenas, sem mistificação.” Drummond

22 janeiro 2010

Pouca Vogal no Portal Social

Segue um vídeo pra dar uma força pra uma turma séria lá do Sul!

21 janeiro 2010

Projeto (Álvaro Moreyra)

Quando eu morrer com certeza vou pro céu.
O céu é uma cidade de férias, férias boas que não acabam mais. 

Chegando, pergunto pela
minha gente que foi na frente.
Dou beijos, dou abraços, pergunto
uma porção de coisas e depois,
depois quero ir na casa de
São Francisco de Assis, ficar amigo dele,
tão amigo, tão amigo, que ele
há de me chamar: - Alvinho! e
eu hei de lhe chamar: - Chiquinho!...
 
 
 
Email muito bacana que recebi da minha amiga Cláudia por email. E quando penso em Céu... é daí pra frente... hehe

19 janeiro 2010

Pouca Vogal no London - EU FUI!!!



Dia 15-01 no London! Foi bom demais!!!

Galera, mais uma vez eu tive o privilégio de estar do lado do cara! Sei que podem achar piegas, mas não existe nenhum outro artista que eu faria questão de estar do lado assim...

Talvez se fosse o Eric Clapton, o Slash, o Mark Knopfler, o B.b. King ou outros desse naipe.

Mas sou fã dos Engenheiros desde moleque! Acompanho todos os lançamentos, músicas e etc.

Consegui comprar um dos últimos exemplares do Pra Ser Sincero, songbook do Gessinger, entrar no camarim, ganhar um autógrafo, um abraço e uma foto! Era meu dia!

Pense num cara feliz!

15 janeiro 2010

Missão Pequeninos Nigéria

Reflita sobre o texto abaixo. Saiba mais aqui:

Missão Pequeninos da Nigéria - Importante ler e repassar para todos que você puder.


DIÁRIO 19 | A DOR DE VER! - Depois que a gente vê as coisas que tem visto não dá mais para fingir que não viu.

Na terceira fase da Missão PEQUENINOS NA NIGÉRIA, pareceu bem ao Espírito e a nós, descer dos púlpitos, abandonar as conferências dentre os que detêm a primazia no meio do povo, e migrar para o "front", entrar nas trincheiras para a guerra "mano a mano", olhos nos olhos! Cara a cara com a realidade!

Ah! E que dura realidade! Violenta! Passados dois dias inteiros de batalha campal e aberta, minha alma amanheceu com um grito entranhado, nunca libertado, da dor de ver.

Ah! Se eu pudesse colocar você dentro das minhas pálpebras! Depois que a gente as coisas que tem visto não dá mais para fingir que não viu.

Não me refiro à pobreza extrema. Os pobres, sempre os teremos conosco... Falo a respeito da mais estranha categoria de estigmatização infantil. Tenho por certo que uma bomba de insanidade varreu a humanidade que um dia possa ter existido aqui.

Agora... Para qualquer lado que se olhe, está tudo lá... É difícil apagar. Ficou estampado, marcado, manchado. É um painel de horrores e o famoso clichê se aplica aqui: É cenário de guerra civil. Tem sangue, mosquito, estupro, abutres, mutilação, monturo, extorsão, maldição, feitiçaria, tumores, exploração, correntes, medo, terror cristão, desencanto e morte.

Nós nos tornamos máquina de evangelizar, que é para ver se, ao menos, a gente belisca essa coisa nojenta que domina o ar! Esse grupo parece uma equipe "caça-fantasmas", em meio a mais fantasmas do que se podia imaginar! Parece que a gente nunca mais vai embora! Vejo cada um desses soldados: A gente não pára de pregar o tempo todo que é para dizer ao caos que somos Vento contrário! De súbito, vem uma Força para não desanimar! A gente se poupa do óbvio e se dirige ao absurdo!

Pensar, por exemplo...

Pensar é o tipo de coisa que já paramos de fazer faz tempo! Aliás, parece que tudo "faz tempo..."

É difícil explicar: Quando a gente pensa que isso é cultural, tribal, pagão e milenar; fica evidente que é religioso, cristão-folclórico, atual. Quando pensa que é religioso então, percebe o pano de fundo absolutamente cultural. Quando, finalmente, se conclui que é religioso-cultural, vê que tudo não passa de MÁFIA. É business! É grana! É o diabo... Mamom!

Porém, mais triste do que enxergar esse cenário de guerra infanticida é perceber que o monstro segue adiante sem dar conta que você existe para lutar contra ele. Para cada estandarte que a gente ergue, se levantam dez outros contrários na cidade!

O que existe na África Central existe em todo o mundo; especialmente, onde existe miséria humana e tráfico de drogas, por exemplo. Aqui, contudo, corre o tráfico de alma! Muitas almas! As almas estão acabando por mais gente que nasça... Está aberta a temporada de caça as alminhas que sobraram: as das crianças!

Já vi muita criança sem alma vagando esse lugar! Andam leeentas, feito velhinhos encurvados, sem expressão ou gesticulação. Olhar vago, perdido, entreaberto, confuso. Espectros calados, semi-vestidos, silenciados...

O mal nesse lugar é diferente da fome, da peste e dos terremotos: Aqui, a matança dos inocentes bruxificados é um negócio epidêmico, abrangente, crônico, tentacular, covarde, conveniente, coletivo, impregnado e palpável. É aqui! É aqui mesmo – a geografia do mal!

E "AQUI" se entenda todo e qualquer lado para onde se caminhe a partir desse mirante de discernimentos aonde viemos parar... Sinceramente, estamos no maior matadouro de utopias; isso aqui é a esquina da desesperança total; isso aqui é o "fim do caminho"; é pior que a morte do corpo, é sua ameaça diária, é a sua sombra espreitando os inocentes, comendo gente, sitiando a gente!

Do contrário, alguém pode me responder a questão cotidiana: As crianças que salvamos para onde vamos levar? E se no único orfanato não tem mais lugar? E se voltar para casa é mais perigoso do que qualquer noite sem luar? E o que fazer quando você tenta encontrar um lugar e ao voltar para buscar não tem mais criança lá? E quando tem mais do que você voltou para levar? Se escolho uma, o que eu faço com a outra que vai ficar?

Aqui tem uma fábrica de produção de crianças-bruxas! Os bebês que cuidem uns dos outros! Adulto é um perigo! Adultos são bichos medrosos! Sim! As crianças vivem tensas. A qualquer momento um bicho-gente-grande pode quebrar seus bracinhos, rasgar suas carnes, pingar sangue em seus olhinhos, forçar seus corpos, transformar cada criança num deles!

Chega.

Vou deixar você dormir.

E não vou contar em casa o que eu vi aqui.


Marcelo

Aqui.


Vou lhes dizer:

O Clayton vive chorando,

Eu e o Leo ficamos às voltas com a exigência de alguma idéia genial

O bispo anglicano quer nos ajudar, mas na frente das raposas diz que acredita em bruxaria também! O Leo mandou o bispo passear!

"Daqui a pouco você também estará acreditando em crianças-bruxas" – é o recado final do presidente da associação religiosa do lugar!

A gente volta na igreja do rapaz acorrentado, e o rapaz está acorrentado!!!

A gente quer tirá-lo de lá. Mas ele quer matar todos os bruxos do país!!!

Quase arrancaram o braço de um menino. Reunimos a comunidade. Pedimos para ele voltar. Outro menino se levanta e diz: "Mas ele confessou que é bruxo? Não podemos deixar!"

Meu Deus!

Tem tanta placa de igreja aqui! Já estou nauseado! Quase tudo que se lê, termina com a palavra... "CHURCH"! Seja no meio do mato ou nas ruas das cidades, milhares de portas e pequenos templos se abrem em nome de Jesus! Aqui é o Museu do Avivamento! As placas são arqueológicas! O Cristianismo aqui já morreu e esqueceram de enterrar. Como um cadáver valioso, mumificado, ele vai sendo maquiado todo dia, numa Agora, feito zumbi, fica molestando crianças em rituais de exorcismos com sangue pastoral sobre os olhos e ouvidos dos bruxos detidos nas igrejas para serem "curados". Avisamos um pastor retardado com a igreja cheia de grandes quadros amarrotados daquele jesus católico: "A gente sabe que você faz isso! E você está proibido de fazer!"

Sim. E quando eu volto para fiscalizar?

As "convicções" aqui duram menos que um dólar!

Adultos são seres especialmente perigosos. Por isso, quando as crianças querem conversar, nos chamam de lado. Cecília mora num quadrado: Não agüento mais mosquito e agressão. Toda noite vem alguém aqui... Ela tem 15 anos. Cuida de meia dúzia de crianças expulsas do lar.


Equipe Caminho Nações


Valmir Bodruc - Team Way Nations

Caminho da Graça Way of Grace

Caminho Nações Way Nations

(00 55 13) 3019 4928 – 9173 9134


O Caminho é uma pessoa, seu nome é Jesus!

www.caiofabio.com - www.caminhoemsantos.blogspot.com - www.caminhonacoes.blogspot.com


CONTRIBUIÇÃO – “CONTRIBUTION” - MISSÃO PEQUENINOS NA NIGÉRIA - Deles é o Reino!

CAMINHO DA GRAÇA - ESTAÇÃO SANTOS - CNPJ: 08.389.524/0001-28

BRADESCO: Agência: 2066-4 - Conta Corrente: 23925-9

CAMINHO DA GRAÇA - ESTAÇÃO FLÓRIDA INC

WACHOVIA - Conta: 2000029295166

Porque não levar seu marido às compras

Senhores... estou pensando seriamente em usar as técnicas revolucionárias do ilustre marido abaixo:

________________________

Depois que me aposentei, minha mulher insiste que eu a acompanhe quando vai fazer compras no supermercado.

Infelizmente, como a maioria dos homens, eu acho que fazer compras é chato e tenho que ficar inventando formas de passar o tempo. E a minha mulher é igual à maioria das mulheres, fica horas fazendo compras.

Resultado: ontem, minha querida esposa recebeu a seguinte carta do WalMart:



Cara Sra. Souza,
Durante os últimos seis meses, seu marido tem causado grandes transtornos em nossa loja.

Não podemos mais tolerar seu comportamento e portanto somos obrigados a proibir sua entrada.

Nossas queixas contra seu marido estão listadas abaixo e documentadas através de nossas câmeras do circuito interno.

1. 15/Junho: Pegou 24 caixas de preservativos e colocou-as nos carrinhos de compra de outros consumidores enquanto não prestavam atenção.

2.. 02/Julho: Acertou TODOS os alarmes da seção de relógios para tocarem a intervalos de 5 minutos.

3. 07/Julho: Fez uma trilha de molho de tomate pelo chão da loja indo até o banheiro feminino.

4. 19/Julho: Dirigiu-se a uma funcionária e disse em tom oficial: “Código 3 na seção de Utilidades Domésticas. Dirija-se imediatamente para lá”. Isto fez com que a funcionaria abandonasse seu posto e fosse repreendida pelo gerente, o que resultou em um grave incidente com o sindicato dos empregados.

5. 14/Agosto: Moveu o aviso de “Cuidado – Piso Molhado” para a seção de carpetes.

6. 15/Agosto: Disse para as crianças que acompanhavam os clientes que elas poderiam brincar nas barracas da seção de camping se trouxessem travesseiros e cobertores da seção de cama, mesa e banho.

7. 23/Agosto: Quando um funcionário perguntou se ele precisava de alguma ajuda, ele começou a chorar e gritar: “Porque vocês não me deixam em paz?” O resgate foi chamado.

8. 04/Setembro: Usou uma de nossas câmeras de segurança como espelho para tirar tatu do nariz.

9. 10/Setembro: Enquanto examinava armas no departamento de caça, perguntava insistentemente à atendente onde ficavam os anti-depressivos.

10. 03/Outubro: Movia-se pela loja de forma suspeita, enquanto cantarolava alto o tema do filme “Missão Impossível”.

11. 06/Outubro: No departamento automotivo, ficou imitando o gestual da Madonna usando diferentes tamanhos de funis

12. 18/Outubro: Escondeu-se atrás de um rack de roupas e quando as pessoas procuravam algum artigo, gritava: “Você me achou, você me achou!”

13. 21/Outubro: Cada vez que era dado algum aviso no sistema de som da loja, colocou-se em posição fetal e gritava: “Ah não, aquelas vozes de novo!”

E por fim:

14. 23/Outubro: Foi a um dos provadores, fechou a porta, esperou um momento e então gritou: “Ei, não tem papel higiênico aqui.” Uma de nossas atendentes desmaiou.

*Recebido por email de uma grande amiga (Que não enviou o email pro marido dela)

13 janeiro 2010

Comentário e outro depois

Oi, César


Acabei de ler o seu comentário no blog sobre o slogan da campanha "Provavelmente, Deus não existe". Gostei da frase "Hey, Deus existe! Então, pare de ser preocupar e vá curtir a vida!". Faz todo sentido! Nós cristãos deveríamos agir dessa forma para viver melhor, sem neuras e confiantes na graça de Deus.

Abraços

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Resp:

Oi Cláudia,
Seria um mundo diferente concorda???
Já pensou se personificássemos essa liberdade de que tanto falamos?
Infelizmente hoje em dia, quem olha de fora pensa: bom, eu fico livre da bebida, do cigarro e do sexo escandaloso... mas aí eu viro um manezão!

"Que saber, desce mais uma cerveja que chegou uma loira linda e eu vou oferecer um cigarro pra ela... certeza que é anjo e veio do céu!"
Nós somos os fariseus cotidianos... Jesus não suportou a religiosidade dos caras... hoje não aguentaria a nossa! Já pensou a gente no forró com Jesus???

Abração!!!

08 janeiro 2010

Dia 15 você me acha no London

Cinco Sentidos


Quem me acorda é Eddie Vedder. Ele está dizendo que sente algo morno escorrendo por entre os olhos, mas que de alguma forma avista sua garota no meio da multidão apreciando a cena do acidente, como urubus. Uma guitarra de acordes fáceis, mas não o suficiente para que eu saiba repetir o som, acompanha a lamúria.

Já li em algum lugar que o primeiro dos nossos sentidos que volta a funcionar quando despertamos é o olfato. Ou o último, não me lembro. O fato é que no meu caso, ele é o segundo. Sinto um cheiro de cabelo lavado com condicionador. É incrível como o aroma é sinestesicamente úmido, sugerindo que o banho foi há apenas algumas horas. Inspiro mais forte, seguro o perfume dentro dos pulmões por alguns segundos para depois desperdiçá-lo nas minhas hemácias.

Em terceiro lugar, o tato. Um formigamento no ombro que se irradia para o braço esquerdo; algo pesado em cima dele. Assim como acontece num infarto. Minha coluna dói um pouco. Percebo que estou com as pernas dobradas, na posição de quem está deitado sobre um puff que o tempo achatou e preenchido inutilmente por sacolas plásticas.

Quarto, visão. Vejo o rosto de uma mulher. As pálpebras ainda escondendo seus olhos azuis. É ela quem está sobre o meu braço. As sobrancelhas são uma penugem de um loiro quase branco e o nariz está a menos de um milímetro do meu. Ela abre os olhos, me vê e sorri, desfazendo o M do lábio superior e deixando o filtro labial mais raso. Fechamos os olhos novamente.

Finalmente o paladar.



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Texto visceral escrito por meu primo Nilo no ano passado no Cloaca Pública

O cara que salvou José

Segue uma abordagem muito interessante do amigo Hugo do blog Metanoiado.

Primeiro vai o poema de Drummond, famosíssimo. Logo em seguida está a interpelação feita pelo Hugo, de muito bom gosto e muito interessante:


JOSÉ
Carlos Drummond de Andrade

E agora, José?
A festa acabou,
a luz apagou,
o povo sumiu,
a noite esfriou,
e agora, José ?
e agora, você ?
você que é sem nome,
que zomba dos outros,
você que faz versos,
que ama protesta,
e agora, José ?
Está sem mulher,
está sem discurso,
está sem carinho,
já não pode beber,
já não pode fumar,
cuspir já não pode,
a noite esfriou,
o dia não veio,
o bonde não veio,
o riso não veio,
não veio a utopia
e tudo acabou
e tudo fugiu
e tudo mofou,
e agora, José ?
E agora, José ?
Sua doce palavra,
seu instante de febre,
sua gula e jejum,
sua biblioteca,
sua lavra de ouro,
seu terno de vidro,
sua incoerência,
seu ódio - e agora ?
Com a chave na mão
quer abrir a porta,
não existe porta;
quer morrer no mar,
mas o mar secou;
quer ir para Minas,
Minas não há mais.
José, e agora ?
Se você gritasse,
se você gemesse,
se você tocasse
a valsa vienense,
se você dormisse,
se você cansasse,
se você morresse…
Mas você não morre,
você é duro, José !
Sozinho no escuro
qual bicho-do-mato,
sem teogonia,
sem parede nua
para se encostar,
sem cavalo preto
que fuja a galope,
você marcha, José !
José, pra onde ?

___________________


Vê agora, José?
A festa não acabara
Nem a luz apagara
Eram os teus olhos, José
Eram os teus olhos
Mas eles se abriram
O povo estava ai
O frio era em ti
Vê agora, José?
Voltou a utopia
E tudo começou
Incoerente é a vida, José
A mulher vai embora
E leva o carinho
O ódio se instala
E o discurso acaba
Olha o bonde da vida ai
Sobe nele
Sem teogonia, José
Teus deuses morreram
Precisa ir no bonde
Sobe nele, José
Sem cavalo preto que foge a galope
A fé é a pé
Marcha, José

hugo


E pra mim, a frase riquíssima: A fé é a pé!
Parabéns cara!

07 janeiro 2010

Não assisto mais Filmes Evangélicos

Segue um texto pra lá de bacana de um grande amigo, o Marcos Botelho do JV na Estrada. Esse cara é uma mente brilhante meio a tanta porcaria do mundo evangélico.


O texto é pra lá de sóbrio e bem colocado.

Estou com o Marcos quanto aos filmes. Raramente me pegarão de novo. Mas o pior mesmo é que já estou usando a mesma lógica para os livros evangélicos... tá difícil de achar coisa boa! Tô lendo Dostoiévski... ê coisa boa!!!

Segue:

______________


Gosto muito de filmes, gosto de sentar e me divertir na frente de uma grande tela com um bom home theater. Dependendo da companhia, posso passar um bom tempo discutindo sobre a visão do diretor, roteiro, etc.

Um tempo atrás algumas pessoas começaram a me falar que tinha uma igreja nos Estados Unidos que estava fazendo filmes de qualidade e que eu deveria assistir. Falei não de cara, pois tenho medo que os evangélicos façam com os filmes o mercado paralelo que fizeram com as músicas.

Até que um dia alguém me emprestou um filme e pela capa pensei: Vamos lá, deve ser bom!

Mas, infelizmente, não foi nada bom. Não pela qualidade do filme, que é razoável, e nem pelas falas, que são fracas, mas pela história que, na essência, não tem a ver com o evangelho, é apenas uma repetição de um roteiro que deu certo lá fora.

O filme é a história de um treinador falido, com um carro que não presta e, que não pode ter filhos, e sei lá mais o que. Um dia ele aceita a proposta de treinar um time de futebol do colégio e tentar a sorte no campeonato importante da região.

Como todo filme, ele encontra muitos obstáculos e gente querendo derrubá-lo. Mas o diferencial é que ele decide evangelizar o time e colocar os princípios evangélicos nos garotos.

Tenho muitos amigos missionários/treinadores que trabalham com esta visão, e sei que esta estratégia é muito boa se for aplicada com discernimento e sabedoria. Pois assim como aí fora os treinadores sempre enfatizam a importância do treino e também da escola, nós, cristãos, colocamos mais uns pontos: Que um atleta completo tem que estar bem fisicamente, mentalmente e espiritualmente.

O que me irrita nos filmes “evangélicos” é que eles pegam exatamente o mesmo roteiro dos outros filmes, mas mudam a carcaça. Da garra, esperança ou sei lá o que para a religião evangélica.

No fim do filme, depois de muita luta e perseguição, pois o treinador colocou disciplinas espirituais nos garotos, eles chegam à final do campeonato em um último jogo emocionante.

E, para o meu desespero, eles ganham o campeonato de um time muito mais forte, ele ganha uma caminhonete novinha animal e, adivinha o quê mais? A esposa dele fica grávida. E os desavisados gritam aleluia!!!

Sei que filmes precisam ter final feliz, mas não é esta a lógica do reino, não foi assim que aconteceu com o mestre. Ele fez tudo certo e foi traído, abandonado e morto.

Podia sim ter um final feliz. Podia ser diferente sim, eles poderiam ter perdido aquele jogo, o treinador ter perdido a cabeça e gritado dentro de seu carro velho para os garotos que não adiantou nada. No outro dia ele indo para a escola veria um estudante que reconciliou com o pai, outro que parou de brigar na rua. Quem sabe os meninos no outro dia treinando bem cedo no campo e falando que a derrota mostrou que o jogo não é tudo e que o que aprenderam vão levar para sempre! Sei lá!

Quando encontramos Cristo não jogamos melhor futebol, nem ganhamos dos que odeiam o evangelho. Aprendemos com o mestre o valor da humildade, do amor, da ética.

Assisto muitos filmes essencialmente cristãos, que me fazem repensar a vida e que exaltam o amor e não a competição, a humildade e não a vitória. Estes eu assisto, mas os filmes denominados “evangélicos”, estes eu não assisto mais.


visita ele aqui ó:

Aquecimento Global - Será?

Segue abaixo uma entrevista muito interessante. Não tenho opinião a emitir, mas vale a leitura:

___________

"Não existe aquecimento global", diz representante da OMM na América do Sul

Por Carlos Madeiro
Especial para o UOL Ciência e Saúde

Com 40 anos de experiência em estudos do clima no planeta, o meteorologista da Universidade Federal de Alagoas Luiz Carlos Molion apresenta ao mundo o discurso inverso ao apresentado pela maioria dos climatologistas. Representante dos países da América do Sul na Comissão de Climatologia da Organização Meteorológica Mundial (OMM), Molion assegura que o homem e suas emissões na atmosfera são incapazes de causar um aquecimento global. Ele também diz que há manipulação dos dados da temperatura terrestre e garante: a Terra vai esfriar nos próximos 22 anos.

UOL: Enquanto todos os países discutem formas de reduzir a emissão de gases na atmosfera para conter o aquecimento global, o senhor afirma que a Terra está esfriando. Por quê?

Luiz Carlos Molion: Essas variações não são cíclicas, mas são repetitivas. O certo é que quem comanda o clima global não é o CO2. Pelo contrário! Ele é uma resposta. Isso já foi mostrado por vários experimentos. Se não é o CO2, o que controla o clima? O sol, que é a fonte principal de energia para todo sistema climático. E há um período de 90 anos, aproximadamente, em que ele passa de atividade máxima para mínima. Registros de atividade solar, da época de Galileu, mostram que, por exemplo, o sol esteve em baixa atividade em 1820, no final do século 19 e no inicio do século 20. Agora o sol deve repetir esse pico, passando os próximos 22, 24 anos, com baixa atividade.

UOL: Isso vai diminuir a temperatura da Terra?

Molion: Vai diminuir a radiação que chega e isso vai contribuir para diminuir a temperatura global. Mas tem outro fator interno que vai reduzir o clima global: os oceanos e a grande quantidade de calor armazenada neles. Hoje em dia, existem boias que têm a capacidade de mergulhar até 2.000 metros de profundidade e se deslocar com as correntes. Elas vão registrando temperatura, salinidade, e fazem uma amostragem. Essas boias indicam que os oceanos estão perdendo calor. Como eles constituem 71% da superfície terrestre, claro que têm um papel importante no clima da Terra. O [oceano] Pacífico representa 35% da superfície, e ele tem dado mostras de que está se resfriando desde 1999, 2000. Da última vez que ele ficou frio na região tropical foi entre 1947 e 1976. Portanto, permaneceu 30 anos resfriado.

UOL: Esse resfriamento vai se repetir, então, nos próximos anos?

Molion: Naquela época houve redução de temperatura, e houve a coincidência da segunda Guerra Mundial, quando a globalização começou pra valer. Para produzir, os países tinham que consumir mais petróleo e carvão, e as emissões de carbono se intensificaram. Mas durante 30 anos houve resfriamento e se falava até em uma nova era glacial. Depois, por coincidência, na metade de 1976 o oceano ficou quente e houve um aquecimento da temperatura global. Surgiram então umas pessoas - algumas das que falavam da nova era glacial - que disseram que estava ocorrendo um aquecimento e que o homem era responsável por isso.

UOL: O senhor diz que o Pacífico esfriou, mas as temperaturas médias Terra estão maiores, segundo a maioria dos estudos apresentados.

Molion: Depende de como se mede.

UOL: Mede-se errado hoje?

Molion: Não é um problema de medir, em si, mas as estações estão sendo utilizadas, infelizmente, com um viés de que há aquecimento.

UOL: O senhor está afirmando que há direcionamento?

Molion: Há. Há umas seis semanas, hackers entraram nos computadores da East Anglia, na Inglaterra, que é um braço direto do IPCC [Painel Intergovernamental sobre Mudança Climática], e eles baixaram mais de mil e-mails. Alguns deles são comprometedores. Manipularam uma série para que, ao invés de mostrar um resfriamento, mostrassem um aquecimento.

UOL: Então o senhor garante existir uma manipulação?

Molion: Se você não quiser usar um termo tão forte, digamos que eles são ajustados para mostrar um aquecimento, que não é verdadeiro.

UOL: Se há tantos dados técnicos, por que essa discussão de aquecimento global? Os governos têm conhecimento disso ou eles também são enganados?

Molion: Essa é a grande dúvida. Na verdade, o aquecimento não é mais um assunto científico, embora alguns cientistas se engajem nisso. Ele passou a ser uma plataforma política e econômica. Da maneira como vejo, reduzir as emissões é reduzir a geração da energia elétrica, que é a base do desenvolvimento em qualquer lugar do mundo. Como existem países que têm a sua matriz calcada nos combustíveis fósseis, não há como diminuir a geração de energia elétrica sem reduzir a produção.

UOL: Isso traria um reflexo maior aos países ricos ou pobres?

Molion: O efeito maior seria aos países em desenvolvimento, certamente. Os desenvolvidos já têm uma estabilidade e podem reduzir marginalmente, por exemplo, melhorando o consumo dos aparelhos elétricos. Mas o aumento populacional vai exigir maior consumo. Se minha visão estiver correta, os paises fora dos trópicos vão sofrer um resfriamento global. E vão ter que consumir mais energia para não morrer de frio. E isso atinge todos os países desenvolvidos.

UOL: O senhor, então, contesta qualquer influência do homem na mudança de temperatura da Terra?

Molion: Os fluxos naturais dos oceanos, polos, vulcões e vegetação somam 200 bilhões de emissões por ano. A incerteza que temos desse número é de 40 bilhões para cima ou para baixo. O homem coloca apenas 6 bilhões, portanto a emissões humanas representam 3%. Se nessa conferência conseguirem reduzir a emissão pela metade, o que são 3 bilhões de toneladas em meio a 200 bilhões?Não vai mudar absolutamente nada no clima.

UOL: O senhor defende, então, que o Brasil não deveria assinar esse novo protocolo?

Molion: Dos quatro do bloco do BRIC (Brasil, Rússia, Índia e China), o Brasil é o único que aceita as coisas, que “abana o rabo” para essas questões. A Rússia não está nem aí, a China vai assinar por aparência. No Brasil, a maior parte das nossas emissões vem da queimadas, que significa a destruição das florestas. Tomara que nessa conferência saia alguma coisa boa para reduzir a destruição das florestas.

UOL: Mas a redução de emissões não traria nenhum benefício à humanidade?

Molion: A mídia coloca o CO2 como vilão, como um poluente, e não é. Ele é o gás da vida. Está provado que quando você dobra o CO2, a produção das plantas aumenta. Eu concordo que combustíveis fósseis sejam poluentes. Mas não por conta do CO2, e sim por causa dos outros constituintes, como o enxofre, por exemplo. Quando liberado, ele se combina com a umidade do ar e se transforma em gotícula de ácido sulfúrico e as pessoas inalam isso. Aí vêm os problemas pulmonares.

UOL: Se não há mecanismos capazes de medir a temperatura média da Terra, como o senhor prova que a temperatura está baixando?

Molion: A gente vê o resfriamento com invernos mais frios, geadas mais fortes, tardias e antecipadas. Veja o que aconteceu este ano no Canadá. Eles plantaram em abril, como sempre, e em 10 de junho houve uma geada severa que matou tudo e eles tiveram que replantar. Mas era fim da primavera, inicio de verão, e deveria ser quente. O Brasil sofre a mesma coisa. Em 1947, última vez que passamos por uma situação dessas, a frequência de geadas foi tão grande que acabou com a plantação de café no Paraná.

UOL: E quanto ao derretimento das geleiras?

Molion: Essa afirmação é fantasiosa. Na realidade, o que derrete é o gelo flutuante. E ele não aumenta o nível do mar.

UOL: Mas o mar não está avançando?

Molion: Não está. Há uma foto feita por desbravadores da Austrália em 1841 de uma marca onde estava o nível do mar, e hoje ela está no mesmo nível. Existem os lugares onde o mar avança e outros onde ele retrocede, mas não tem relação com a temperatura global.

UOL: O senhor viu algum avanço com o Protoclo de Kyoto?

Molion: Nenhum. Entre 2002 e 2008, se propunham a reduzir em 5,2% as emissões e até agora as emissões continuam aumentando. Na Europa não houve redução nenhuma. Virou discursos de políticos que querem ser amigos do ambiente e ao mesmo tempo fazer crer que países subdesenvolvidos ou emergentes vão contribuir com um aquecimento. Considero como uma atitude neocolonialista.

UOL: O que a convenção de Copenhague poderia discutir de útil para o meio ambiente?

Molion: Certamente não seriam as emissões. Carbono não controla o clima. O que poderia ser discutido seria: melhorar as condições de prever os eventos, como grandes tempestades, furacões, secas; e buscar produzir adaptações do ser humano a isso, como produções de plantas que se adaptassem ao sertão nordestino, como menor necessidade de água. E com isso, reduzir as desigualdades sociais do mundo.

UOL: O senhor se sente uma voz solitária nesse discurso contra o aquecimento global?

Molion: Aqui no Brasil há algumas, e é crescente o número de pessoas contra o aquecimento global. O que posso dizer é que sou pioneiro. Um problema é que quem não é a favor do aquecimento global sofre retaliações, têm seus projetos reprovados e seus artigos não são aceitos para publicação. E eles [governos] estão prejudicando a Nação, a sociedade, e não a minha pessoa.

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06 janeiro 2010

O não-banquete: a internet e a aparência do diálogo

Meus amigos... deliciem-se com um pequeno trecho de um texto absurdamente maravilhoso e inteligente escrito por meu "amigo" Paulo Brabo.

Por favor, clique no link, vá até a página dele e leia por completo. É muito interessante.

Paulo Brabo! Parabéns! Haja brabeza!



Conceitualmente, a internet provou ter potencial para corrigir de forma definitiva e eficaz aquela antiga deficiência da palavra escrita que os diálogos de Platão tinham sido inventados para corrigir de modo paliativo. Porque na internet, pasme-se, o diálogo é real. Graças à magia de grupos de discussão, tuíteres, mensagens de email, comentários em blogues, wikipédias, janelas de chat e redes de relacionamento, a palavra escrita foi liberta de seus grilhões. O diálogo é permanente. A internet é um livro aberto, e qualquer um pode escrever no miolo e rabiscar nas margens. Qualquer um é livre para adicionar sem intervalo e sem custo novas páginas que corrijam, expliquem, mencionem, satirizem ou anulem as anteriores; qualquer um pode contribuir para deixar o conteúdo mais claro, mais correto, mais atualizado, mais original, mais pessoal ou menos pessoal, mais profundo ou mais simples, mais austero ou mais engraçado.

Mais do que na Biblioteca de Babel de Borges, vivemos no Paraíso de Platão, e tudo que existe é o diálogo. Trata-se de um milagre em muitos sentidos, e de uma maldição em outros. Permita-me falar sobre a parte da maldição.

O problema é que nós seres humanos somos animais estranhos, e o diálogo não é uma arte que saibamos verdadeiramente dominar. Mesmo os mais capazes dentre nós encontram dificuldade na tarefa, e com muito mais frequência do que gostaríamos de admitir temos problemas para entender o que estamos dizendo uns aos outros, ou ainda com que intenção ou com que ênfase.

Para Platão, o lugar para se dialogar, por excelência, era entre amigos reunidos ao redor de uma mesa – de preferência um banquete lubrificado por muito vinho e música ao vivo. As vantagens do banquete cordial são muitas e muito evidentes: amigos se conhecem e saberão entender as provocações mútuas e as alusões a lembranças compartilhadas; amigos conhecem as entonações, os ritmos, os temas, as pausas e as mitologias pessoais uns dos outros. Por estarem juntos na mesma sala, um olhar compassivo pode corrigir uma frase brusca, um meio sorriso pode colorir uma ironia e uma sobrancelha erguida inverter uma idéia. A comida compartilhada os pacificará, a bebida compartilhada os tornará irmãos.


Leia o restante do texto clicando aqui