26 janeiro 2008

Para a glória de Deus

Fazer todas as coisas para a glória de Deus é uma destas recomendações que somente os evangélicos entendem, ou na verdade nem mesmo os evangélicos entendem. Parece que temos uma espécie de dialeto, que usamos em nossas conversas, trocando expressões supondo que todo mundo está entendendo, mas de fato ninguém está entendendo nada, ou cada um está entendo uma coisa, isto é, cada um tem seu jeito de entender a coisa.

O que significa, de fato, fazer todas as coisas para a glória de Deus? Seria algo como fazer todas as coisas em homenagem a Deus, como os jogadores de futebol que apontam para o céu após marcarem um gol, o formando que dedica seu diploma a Deus, ou como Bach que assinava soli Deo gloriae? Será mesmo que deveríamos comer pizza, dar aulas de matemática e brincar com as crianças em homenagem a Deus? Estaria Deus esperando que a cada instante disséssemos ou pensássemos: Deus, isto é em sua homenagem?

Imagine-se diante de um bebedouro, verificando seus e-mails ou na fila do caixa do supermercado pensando: estou aqui em homenagem a Deus, isto é, estou fazendo isso para a glória de Deus. Pense então naquele momento em que um casal está “discutindo a relação”, o patrão está sacudindo um funcionário indolente e o policial está lavrando uma multa - eles pensariam coisas do tipo: Deus, agora essa é para o Senhor, vou mostrar pra ela quem manda aqui em casa; e Ah, ah, te peguei, malandro, estacionado em local proibido, vou dedicar esta canetada ao Todo-Poderoso.

Acredito que a expressão fazer todas as coisas para a glória de Deus pode ser compreendida de outra maneira. Que tal se trocássemos “para a” por “refletindo”: fazer todas as coisas refletindo a glória de Deus? Ainda não está bom? Que tal compreender a glória de Deus como expressão do seu caráter santo e amoroso? A tradução ficaria assim: fazer todas as coisas de modo a expressar o caráter de Deus ou, para simplificar de vez: fazer todas as coisas do jeito de Deus.

O segredo para a boa compreensão desta recomendação bíblica é sublinhar “todas as coisas”. Isso quer dizer que não existe aquela separação entre vida sagrada e vida profana ou secular e religioso, como por exemplo o culto de oração e a obra da evangelização, que são religiosos e sagrados, e a audiência no fórum e o exame vestibular, que são “do mundo”. A vida como um todo, ou a vida, que é uma só, passa para a esfera do sagrado, onde tudo, absolutamente tudo, está relacionado a Deus e é experimentado na presença de Deus e do jeito de Deus.

Fazer todas as coisas para a glória de Deus é uma outra maneira de dizer que devemos ser cheios do Espírito Santo, isto é, controlados pelo Espírito Santo, ou melhor dizendo, plenos das virtudes próprias do Espírito Santo: amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão e temperança. Somente pessoas cheias dessas virtudes, ou características do caráter de Deus, fazem todas as coisas do jeito de Deus. Não importa onde esteja, com quem ou fazendo o que, todas as suas expressões serão um reflexo da glória de Deus.

Fazer todas as coisas para a glória de Deus é uma convocação à consciência de Deus, à rendição a Deus e, ao mesmo tempo, à vida reverente, que sabe que tudo está imbuído de Deus e deve ser tratado, cuidado, experimentado e desfrutado como quem manuseia realidades sagradas, plenas de significado e valor. Somente quem vê Deus em tudo e tudo a partir de Deus é capaz de fazer todas as coisas para a glória de Deus. Somente quem se relaciona com Deus como quem respira - respira Deus - vai aos poucos sendo pleno de Deus, das virtudes de Deus, adquirindo as características da pessoa de Deus e vivendo para a glória de Deus, isto é, refletindo Deus todo dia, toda hora, em tudo e em todo lugar.

Ed René Kivitz, no site da IBAB.

Músicos cristãos precisam de libertação

Uma das maiores necessidades da igreja brasileira hoje é a de música cristã profana. Precisamos de música cristã que não fale de Deus. Não que falar de Deus não seja importante; mas às vezes tenho a impressão de que falamos demais de Deus, quase a ponto de tomar seu nome em vão. Falamos tanto porque estamos preocupados com a sua ausência; será que falamos para ocultar a sua ausência?

Falar de Deus é essencial: “como crerão, se não ouvirem?”. Tão importante quanto falar sobre Deus, no entanto, é falar a partir de Deus; e quando falamos a partir de Deus, não precisamos, necessariamente, usar o nome de Deus – o livro de Ester conta uma belíssima história sem usar o nome de Deus nem uma única vez, e essa história se tornou parte do cânon judaico-cristão, como narrativa divinamente inspirada.

A questão, pois, é se temos a graça de contar a história do modo correto, de narrar a vida sob a luz do evangelho. Precisamos de música que não fale de Deus, mas que fale a respeito da vida, das flores, do amor, da política, e das crianças, sob a luz do evangelho; precisamos de música que fale sobre o mundo, mas a partir de Deus.

Além disso, precisamos de música, simplesmente. Música que signifique Deus por sua beleza, e que mostre a sua glória sem palavras. A música pode ser narrativa, mas não precisa ser – a música não precisa de justificativas além da sua própria existência porque, afinal, Deus não precisa dar explicações sobre a razão de sua criação. Quem pode pôr em dúvida a beleza da música? Quem pode pôr em dúvida o amor do homem pela beleza da música? E quem pode pôr em dúvida a origem divina de toda boa dádiva, e de todo dom perfeito?

Quem és tu, ó pastor evangélico, para discutires com Deus? Pode a coisa feita desafiar seu Criador, perguntando-lhe: “Por que me fizeste assim?” Ou terás a ousadia de reprovar o inventor da beleza, por ter criado homens que amam a música pela música, mesmo quando não tem uma razão bíblica para desfrutá-la? Acusarás a Deus de ser o tentador do homem?
Atribuirás a Satanás a arte de Mozart, de Wagner ou de Villa-Lobos? Consumados estes absurdos, que mais restará senão reprovar também a beleza das flores e o canto do sabiá? Por causa de Israel o nome de Deus foi blasfemado entre os gentios; mas por causa de ti a música cristã afunda nas trevas da feiúra estética.

Não me esqueço do dia em que um diácono da minha igreja – um homem grande, sério, que detestava livros mais do que qualquer coisa na vida – me chamou para uma conversa séria, “de homem pra homem”. Este diácono – não sei se no corpo ou fora do corpo, Deus o sabe – me aconselhou a desistir de ser músico profissional. “Porque” – dizia ele – “este meio artístico é muito sujo... Tem muita p., e um crente verdadeiro não se mete com p. Quando tem muita p. num lugar a gente tem que sair”. E, de fato, eu saí rapidamente de perto dele. Acho que em poucas ocasiões eu ouvi tantas vezes a palavra "p...".

Os músicos cristãos precisam de libertação – não da música “do mundo”, mas da música “da igreja”. Precisam ser libertados do jugo dos pastores e dos crentes legalistas, que exigem qualidade nas noites de domingo, mas que proíbem estes músicos de se profissionalizarem, e fecham o mundo da música a uma ação cristã redentiva.


Guilherme de Carvalho, no blog Idéia fiksa


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Loucos e santos

Escolho meus amigos não pela pele ou outro arquétipo qualquer, mas pela pupila.
Tem que ter brilho questionador e tonalidade inquietante.
A mim não interessam os bons de espírito nem os maus de hábitos.
Fico com aqueles que fazem de mim louco e santo.
Deles não quero resposta, quero meu avesso.
Que me tragam dúvidas e angústias e aguentem o que há de pior em mim.
Para isso, só sendo louco.
Quero os santos, para que não duvidem das diferenças e peçam perdão pelas injustiças.
Escolho meus amigos pela alma lavada e pela cara exposta.
Não quero só o ombro e o colo, quero também sua maior alegria.
Amigo que não ri junto, não sabe sofrer junto.
Meus amigos são todos assim: metade bobeira, metade seriedade.
Não quero risos previsíveis, nem choros piedosos.
Quero amigos sérios, daqueles que fazem da realidade sua fonte de aprendizagem, mas lutam para que a fantasia não desapareça.
Não quero amigos adultos nem chatos.
Quero-os metade infância e outra metade velhice!
Crianças, para que não esqueçam o valor do vento no rosto; e velhos, para que nunca tenham pressa.
Tenho amigos para saber quem eu sou.
Pois os vendo loucos e santos, bobos e sérios, crianças e velhos, nunca me esquecerei de que "normalidade" é uma ilusão imbecil e estéril.



Oscar Wilde, escritor irlandês


Aos meus amigos, parte do minha riqueza maior.

Não me corte em fatias

Por favor, não me analise
Não fique procurando cada ponto fraco meu.
Se ninguém resiste a uma análise profunda,
Quanto mais eu...
Ciumento, exigente, inseguro, carente
Todo cheio de marcas que a vida deixou
Vejo em cada grito de exigência
Um pedido de carência, um pedido de amor.

Amor é síntese
É uma integração de dados
Não há que tirar nem pôr
Não me corte em fatias
Ninguém consegue abraçar um pedaço
Me envolva todo em seus braços
E eu serei o perfeito amor.


Mário Quintana, tradutor e jornalista... acima de tudo, poeta

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Valha-me meu poeta

A cada dia que vivo, mais me convenço de que o desperdício da vida está no amor que não damos, nas forças que não usamos, na prudência egoísta que nada arrisca e que, esquivando-nos do sofrimento, perdemos também a felicidade.

Carlos Drummond de Andrade

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Em meu jardim, eu estarei...

Todo jardim começa com uma história de amor, antes que qualquer árvore seja plantada ou um lago construído é preciso que eles tenham nascido dentro da alma. Quem não planta jardim por dentro, não planta jardins por fora e nem passeia por eles.

Rubem Alves, teólogo e escritor

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25 janeiro 2008

Filho grava pai bêbado capotando carro

Esse vídeo mostra até onde vai a irresponsabilidade de motoristas.

Bom, o vídeo fala tudo:

Dukaramba.com

Veja o vídeo no site

23 janeiro 2008

EXTERMINADOR DO FUTURO NA EPOCA DE JESUS

Vá lá, é um humor duvidoso, mas a produção ficou tão interessante que vale postar!

Schwarzenegger volta do futuro para mudar a história...


21 janeiro 2008

Fala poeta: Gabriel Garcia Marques

Descobri que minha obsessão por cada coisa em seu lugar, cada assunto em seu tempo, cada palavra em seu estilo, não era o prêmio merecido de uma mente em ordem, mas, pelo contrário, todo um sistema de simulação inventado por mim para ocultar a desordem de minha natureza. Descobri que não sou disciplinado por virtude, e sim como reação contra a minha negligência; que pareço generoso para encobrir minha mesquinhez, que me faço passar por prudente quando na verdade sou desconfiado e sempre penso o pior, que sou conciliador para não sucumbir às minhas cóleras reprimidas, que só sou pontual para que ninguém saiba como pouco me importa o tempo alheio. Descobri, enfim, que o amor não é um estado da alma e sim um signo do Zodíaco.

Gabriel García Marquez, escritor colombiano, em Memórias de Minhas Putas Tristes.

Eu comprei no Ebayyyyyyyyy

Sacada de gênio...

Não sei se é propaganda ou só zueira, mas que ficou bom ficou!

20 janeiro 2008

Olimpíadas 3D

Pra variar, os japas dando show...

Muito bom:


Olympic Highlights - Celebrity bloopers here

Via Sedentario

Figurantes estão com os dias contados...

Veja no filme a seguir a impressionante produção feita por três designers sobre a cena inicial do filme O Resgate do Soldado Ryan.

Só pra lembrar que o filme ganhou 5 Oscars e um dos pontos altos é exatamente esta cena.



Via Sedentário

Os 10 melhores comerciais de animação de 2007

Primeira coisa: obviamente você já vê que este é um post "tirado" da galera do Sedentário.

Mas o negócio é, a revista americana The First Post fez uma coletânea excelente de comerciais de animação. O resultado você confere clicando no banner.

Bom é apelido.

Thanks to Sedentarios!

À Procura da Felicidade

"Chris Gardner (Will Smith) é um pai de família que enfrenta sérios problemas financeiros. Apesar de todas as tentativas em manter a família unida, Linda (Thandie Newton), sua esposa, decide partir.
Chris agora é pai solteiro e precisa cuidar de Christopher (Jaden Smith), seu filho de apenas 5 anos. Ele tenta usar sua habilidade como vendedor para conseguir um emprego melhor, que lhe dê um salário mais digno. Chris consegue uma vaga de estagiário numa importante corretora de ações, mas não recebe salário pelos serviços prestados. Sua esperança é que, ao fim do programa de estágio, ele seja contratado e assim tenha um futuro promissor na empresa. Porém seus problemas financeiros não podem esperar que isto aconteça, o que faz com que sejam despejados.
Chris e Christopher passam a dormir em abrigos, estações de trem, banheiros e onde quer que consigam um refúgio à noite, mantendo a esperança de que dias melhores virão."

Talvez uma das cenas mais marcantes de todos os filmes que já vi é ver Will como Chris dormindo com seu filho em um banheiro público. A dor da cena é tão forte que rapidamente você pode deixar correr alguma lágrima.

Podem chamar de American Dream, mas eu só penso que este é um mundo de possibilidades e aqueles que se arriscarem terão suas chances.

Há quem diga que o filme é só sobre dinheiro. Eu discordo... trata-se de um homem ir além de seus limites por seu filho e por seu sonho.

Gosto de filmes que são baseados em fatos reais e a vida de de Chris Gardner é linda. É algo para nos basearmos todos os dias.

Vou deixar algumas curiosidades aqui.

- Recebeu uma indicação ao Oscar de Melhor Ator (Will Smith).

- Recebeu 2 indicações ao Globo de Ouro, nas categorias de Melhor Ator - Drama (Will Smith) e Melhor Canção Original ("A Father's Way").

- Ganhou o MTV Movie Awards de Melhor Revelação (Jaden Smith), além de ser indicado na categoria de Melhor Performance (Will Smith).

- A contratação de Gabriele Muccino foi indicação de Will Smith. O ator havia assistido O Último Beijo (2001) e Ricordati di Me (2003), ambos dirigidos por Muccino.

- O título original contém a grafia incorreta da palavra happiness, substituindo a letra I por Y. Este erro foi intencional, sendo uma referência a uma cena importante do filme.

- Jaden Smith é realmente filho de Will Smith, com a atriz Jada Pinkett.

- Foram contratados como extras para as filmagens pessoas que realmente moravam nas ruas.

- O verdadeiro Chris Gardner e seu filho são vistos em uma pequena ponta no fim do filme, cruzando o caminho de Will Smith e Jaden Smith.


Assista. E compre uma caixa de lenços.








Imagens by Adorocinema

De-Lovely - Vida e Amores de Cole Porter

"A vida do cantor e compositor Cole Porter, autor de algumas das músicas mais famosas do século XX. Dirigido por Irwin Winkler (À Primeira Vista) e com Kevin Kline, Ashley Judd e Jonathan Pryce no elenco.

Cole Porter (Kevin Kline) revê sua vida como se fosse um de seus grandiosos shows, com pessoas e acontecimentos marcantes se tornando o foco da ação que acontece no palco. É nele que Porter confere seu passado cheio de excessos e seu profundo e complicado relacionamento com sua esposa Linda (Ashley Judd)."

Sabe daqueles filmes que a gente começa a assistir por assistir e descobre que acabou de assistir a um grande filme!!! Pois é, aconteceu isso com este.

Confesso que sei muito pouco sobre a vida de Cole Porter, mas pelo que vi no filme, trata-se de um gênio.

Sua excentricidade e sua luta com sua sexualidade são impressionantes. A força de sua esposa que transforma um louco gênio em um compositor genial e louco.

A interpretação de Kevin Kline é impressionante. Mas impressionante mesmo.

Algumas curiosidades:

- Recebeu 2 indicações ao Globo de Ouro, nas categorias de Melhor Ator - Comédia/Musical (Kevin Kline) e Melhor Atriz - Comédia/Musical (Ashley Judd).

- Esta é a 2ª vez em que o diretor Irwin Winkler e o ator Kevin Kline trabalham juntos em um filme. A anterior fora em Tempo de Recomeçar (2001).

- Foi exibido na mostra Panorama do Cinema Mundial, do Festival do Rio 2004.

Pode passar na locadora, aumentar bem som deste musical e curtir uma excelente história.







Imagens by Adorocinema

17 janeiro 2008

Deixai vir a mim os pequeninos

Saca só:



Via Pavablog

Bono e os portugas

Em um concerto do U2 em Lisboa, Portugal, Bono Vox pediu silêncio ao público e começou a bater palmas compassadamente.

Olhando para as pessoas, que estavam em silêncio, ele disse no microfone:

- Eu quero que vocês pensem em algo muito sério. A cada batida de minhas mãos, uma criança morre na África.

Nesse momento uma voz das arquibancadas grita:

- Então pare de bater, ô raios!

Via Pavablog

Ativo depreciando

Uma mulher apelou e colocou um anúncio no Craigslist pedindo ajuda para um problema... diferente:


"Eu sou uma garota linda (maravilhosamente linda) de 25 anos. Sou bem articulada e tenho classe. (...) estou querendo me casar com alguém que ganhe no mínimo meio milhão de dólares por ano. Tem algum homem que ganhe 500 mil ou mais neste site? Ou esposas de gente que ganhe isso? Vocês poderiam me mandar algumas dicas? Eu namorei um homem de negócios que ganha por volta de 200 a 250 mil. Mas eu não consigo passar disso. 250 mil não vão me fazer morar em Central Park West. Eu conheço uma mulher da minha aula de ioga que casou com um banqueiro e vive em Tribeca, e ela não é tão bonita quanto eu, nem é inteligente. Então, o que ela fez de certo que eu não fiz? Como eu chego no nível dela? "

Sim, a mulher estava pedindo dicas sobre como arrumar marido rico. Mas isso não é o mais legal, o melhor da história é que um cara, possivelmente um economista ou investidor, deu a ela uma resposta tão bem articulada e fundamentada que eu não resisti e tive que traduzir tudo pra postar aqui:

"Eu li seu anúncio com grande interesse e pensei com cuidado sobre seu dilema. Fiz a seguinte análise da situação:

Primeiramente, não estou gastando seu tempo, pois me qualifico como um homem que atende seu orçamento; ou seja, eu ganho mais de 500 mil por ano. Isto posto, eu considero os fatos da seguinte forma:
Sua oferta, quando vista da perspectiva de um homem como eu, é simplesmente um péssimo negócio. Eis o porquê: deixando as firulas de lado, o que você sugere é uma negociação simples. Você entra com sua beleza física e eu entro com o dinheiro. Ótimo, fácil. Mas tem um problema. Sua aparência vai se acabar e meu dinheiro vai continuar existindo, perpetuamente... de fato, é bem possível que meus rendimentos aumentem, mas é certeza absoluta o fato que você não vai ficar nem um pouco mais bonita!
Assim, em termos econômicos, você é um ativo sofrendo depreciação e eu sou um ativo rendendo dividendos. Você não somente sofre depreciação como esta depreciação sempre aumenta! Explicando, você tem 25 anos hoje e deve continuar gostosa pelos próximos 5 anos, mas sempre um pouco menos a cada ano. Então o fim de sua aparência começa cedo. Aos 35 anos você já estará acabada!
Então, usando o linguajar de Wall Street, nós a chamaríamos de "trading position" (posição para comercializar), e não de "buy and hold" (compre e retenha) - que é o que você deseja... daí o problema... casamento. Não faz sentido, do ponto de vista de negócios, "comprar" você (que é o que você quer), portanto prefiro alugá-la. Se você estiver pensando que estou sendo cruel, eu tenho a dizer o seguinte: Se meu dinheiro vai se acabar, você também vai. Então, quando sua beleza se esvair eu tenho que ter uma opção de saída. É simples assim. Um negócio razoável, portanto, é um namoro, e não casamento.
Paralelamente a isso, bem no início da minha carreira me ensinaram sobre mercados eficientes. Assim, eu me pergunto com uma garota "articulada, com classe e maravilhosamente linda" como você ainda não achou seu tio Sukita? Acho difícil acreditar que você é tão bonita quanto diz e os 500 mil dólares ainda não te encontraram, nem que fosse pra um "test drive".
Por sinal, sempre há um jeito de você descobrir como ganhar dinheiro por conta própria, para que não precisemos ter essas conversas difíceis.
Com tudo isso dito, devo dizer que você está tentando da maneira certa. É a clássica "capitalização via golpe do baú". Espero que tenha sido útil e, se quiser negociar um contrato de aluguel, fale comigo".

16 janeiro 2008

Boa!


Via Pavablog

Bono Vox e a graça

O que Bono diz nesta entrevista à Bill Hybels no The Leadership Summit 2006 é uma prova que a manifestação do que Deus é não está e nunca esteve restrita a aqueles que se julgam seus mensageiros.

Na verdade, somos todos apenas mais uma opção da manifestação de Deus. O sentimento real dos momentos em que somos usados deveríam ser única e exclusivamente de gratidão, afinal, Ele tinha todo o resto do mundo para fazer o que quisesse e quis fazer algo através de nós.

Pois é, Deus é assim.

Aliás, alguém já pensou que Deus não tem religião???

A entrevista:

14 janeiro 2008

A Lenda de Beowulf


"Ilha de Sjaelland, perto do local onde hoje fica a cidade de Roskilde, na Dinamarca. O demônio Grendel (Crispin Glover) ataca o castelo do rei Hrothgar (Anthony Hopkins) sempre que é realizada alguma comemoração, já que não suporta o barulho gerado. Em seus ataques Grendel sempre mata várias pessoas, apesar de poupar Hrothgar. Com a população em pânico, Hrothgar ordena que o salão onde as comemorações são realizadas seja fechado. Até que chega ao local Beowulf (Ray Winstone), um guerreiro que promete eliminar o monstro."

Este é um filme que se dependesse de assistirmos apenas pela história ou propaganda, seria um fracasso de bilheteria. Mas, o que faz este filme valer a pena é o contexto.

A lenda de Beowulf é um poema épico e consta como sendo o documento mais antigo escrito em Inglês. Daí, já tivemos outras adaptações, mas esta chama a atenção pelo seu formato. E esta é a segunda razão pela qual o filme vale a pena. Todos os atores contracenaram com uma tela vazia e seus personagens foram completamente feitos em computador usando apenas os seus movimentos e suas características como base.

Assim, pode assistir que é bom. Tanto pelo contexto quanto pelo filme mesmo.

Agora, que os criadores fizeram milagres, isso eles fazem! Olhem só quem é o ator original de Beowulf (Ray Winstone):














Outras curisodades:

- Todos os atores de A Lenda de Beowulf atuaram em frente a uma tela vazia, com sensores de captura de movimento presos a eles. Os dados destes sensores eram repassados a computadores e serviam de molde para a criação do personagem no próprio filme.

- Este é o 2º filme dirigido por Robert Zemeckis que utiliza esta técnica de captura de movimento nos atores. O anterior foi O Expresso Polar (2004).

- Neil Gaiman e Roger Avary começaram a trabalhar no roteiro de A Lenda de Beowulf em maio de 1997.

Ah, e destaque para Angelina Jolie:

Eu sou a Lenda


"Um terrível vírus incurável, criado pelo homem, dizimou a população de Nova York. Robert Neville (Will Smith) é um cientista brilhante que, sem saber como, tornou-se imune ao vírus. Há 3 anos ele percorre a cidade enviando mensagens de rádio, na esperança de encontrar algum sobrevivente. Robert é sempre acompanhado por vítimas mutantes do vírus, que aguardam o momento certo para atacá-lo. Paralelamente ele realiza testes com seu próprio sangue, buscando encontrar um meio de reverter os efeitos do vírus"


Will Smith dá um show de atuação, afinal de contas, o filme é 90% ele. Toda a produção do filme também é espetacular e nos faz imaginar o trabalhão que deu para gravar este filme.

Confesso que o final me deixou um pouquinho desapontado, mas não posso dizer porque ou vou contar o fim do filme. Mas não desmerece em nada, muito pelo contrário, continua ótimo.

Outra coisa legal é termos a brazuca Alice Braga no elenco. Não são mais do que 10min, mas já conta ponto para nossos atores!

Vou colocar algumas curiosidades aqui:

- Originalmente seria realizado na década de 90, com Ridley Scott como diretor e Arnold Schwarzenegger como protagonista. Entretanto o orçamento cresceu tanto que ambos deixaram o projeto. (Graças a Deus por isso!!!!!!!!!!)

- Em 2002 o projeto foi retomado, com Michael Bay como diretor e Will Smith como protagonista. Porém ambos desistiram para realizar Bad Boys 2 (2003).

- Guillermo del Toro foi indicado por Will Smith para dirigir Eu Sou a Lenda, mas recusou a proposta.

- As filmagens ocorreram entre 23 de setembro de 2006 e 31 de março de 2007.

- Boa parte das filmagens ocorreu no Washington Square Park, na cidade de Nova York, entre o outono e o inverno de 2006. Com isso as decorações de Natal tiveram que ser constantemente retiradas e recolocadas, devido às filmagens.
- As cenas na ponte do Brooklyn utilizaram mais de mil extras, além de aviões e veículos militares. O custo estimado pelos produtores para a realização de 6 noites de filmagens foi de US$ 5 milhões.

- Os produtores precisaram da autorização de 14 agências governamentais para rodar cenas na ponte do Brooklyn.

Pode correr para o Cinema que esse vale completamente o ingresso!








Imagens by Adorocinema

Aeon Flux



"No futuro, uma doença dizimou a maior parte da população da Terra e os cientistas comandam as cidades sobreviventes. Em uma delas está um grupo de rebeldes, onde uma justiceira é enviada para cumprir uma missão em meio aos cientistas. Dirigido por Karyn Kusama (Boa de Briga) e com Charlize Theron, Frances McDormand, Jonny Lee Miller, Pete Postlethwaite e Sophie Okonedo no elenco. "


Veja como pode ser simples a passagem de ganhadora do Oscar para o ridículo. Com toda sinceridade, esse é um dos piores filmes que vi nos últimos tempos!


Obviamente, só a Charlize Theron já valeria o ingresso. Entretanto, o resultado final é outro!!! Conseguem transformar uma trama, que fica legal em animação, em um filme monótono e sem graça.

Bom, tem algumas curiosidades:

- Para se preparar para sua personagem a atriz Charlize Theron fez treinamentos com integrantes do Cirque du Soleil.

- As filmagens de Aeon Flux tiveram que ser interrompidas em mais de um mês devido a uma contusão sofrida no pescoço por Charlize Theron, ocorrida quando rodava uma das cenas do filme.

- Mesmo após a contusão Charlize Theron insistiu em realizar ela mesma as cenas de sua personagem, dispensando o uso de dublês.


Mas nada disso salva o filme. É péssimo.


Imagens by Adorocinema

3:10 To Yuma


"Um perigoso líder de gangue é levado por um rancheiro a um tribunal. Mas, assim que chegam, eles são atacados pelo bando dele, que deseja libertá-lo. Dirigido por James Mangold (Johnny & June) e com Russell Crowe, Christian Bale e Peter Fonda no elenco."

Olha, em vista dos últimos faroestes que eu vi, este está excelente! De certa forma, acho que o Russell Crowe não ficou bem no papel, ele é um fora da lei com olhares de Gladiador! Ao passo que Christian Bale está muito bem no seu papel.

Não posso dizer que é um dos melhores, mas vale a locação.


Rubem Alves

Era uma manhã fresca e transparente de primavera. Parei o carro na luz vermelha do semáforo. Olhei para o lado – e lá estava ela, menina, dez anos, não mais. O seu rosto era redondo, corado e sorria para mim. “O senhor compra um pacotinho de balas de goma? Faz tempo que o senhor não compra...” Sorri para ela, dei-lhe uma nota de um real e ela me deu o pacotinho de balas. Ela ficou feliz. Aí a luz ficou verde e eu acelerei o carro, não queria que ela percebesse que meus olhos tinham ficado repentinamente úmidos.

Quando eu era menino, lá na roça, havia uma mata fechada. Os grandes, malvados, para me fazer sofrer, diziam que na mata morava um menino como eu. “Quer ver?”, eles perguntavam. E gritavam: “Ô menino!” E da mata vinha uma voz: “Ô menino!” Eu não sabia que era um eco. E acreditava. Nas noites frias, na cama, eu sofria, pensando no menino, sozinho, na mata escura. Onde estaria dormindo? Teria cobertores? Os seus pais, onde estariam? Será que eles o haviam abandonado? É possível que os pais abandonem os filhos?

Sim, é possível. João e Maria, abandonados sozinhos na floresta. Os seus pais os deixaram lá para serem devorados pelas feras. Diz a estória que eles fizeram isso porque já não tinham mais comida para eles mesmos. Será que os pais, por não terem o que comer, abandonam os filhos? Será por isso que as crianças são vistas freqüentemente na floresta vendendo balas de goma? Será que havia balas de goma na cesta que Chapeuzinho Vermelho levava para a avó? Será que a mãe de Chapeuzinho queria que ela fosse devorada pelo lobo? Essa é a única explicação para o fato de que ela, mãe, enviou a menina sozinha numa floresta onde um lobo estava à espera.

Num dos contos de Andersen uma menininha vendia fósforos de noite na rua (se fosse aqui estaria num semáforo), enquanto a neve caía. Mas ninguém comprava. Ninguém estava precisando de fósforos. Por que uma menininha estaria vendendo fósforos numa noite fria? Não deveria estar em casa, com os pais? Talvez não tivesse pais.

Fico a pensar nas razões que teriam levado Andersen a escolher caixas de fósforos como a coisa que a menininha estava a vender, sem que ninguém comprasse. Acho que é porque uma caixa de fósforos simboliza calor. Dentro de uma caixa de fósforos estão, sob a forma de sonhos, um fogão aceso, uma panela de sopa, um quarto aquecido...

Ao pedir que lhe comprassem uma caixa de fósforos numa noite fria a menininha estava pedindo que lhe dessem um lar aquecido. Lar é um lugar quente. Pois, se você não sabe, consulte o Aurélio. E ele vai lhe dizer que o primeiro sentido de “lar” é “o lugar da cozinha onde se acende o fogo.” De manhã a menininha estava morta na neve, com a caixa de fósforos na mão. Fria. Não encontrou um lar.

Um supermercado é uma celebração de abundância. No estacionamento as famílias enchem os porta-malas dos seus carros com coisas boas de se comer. “Graças a Deus!”, eles dizem. Do lado de fora, os famintos, que os guardas não deixam entrar. Se entrassem no estacionamento a celebração seria perturbada. “Dona, me dá uns trocados?” O menino estava do lado de fora. Rosto encostado na grade, o braço esticado para dentro do espaço proibido, na direção da mulher. A mulher tirou um real da bolsa e lhe deu. Mas esse gesto não a tranqüilizou. Queria saber um pouco mais sobre o menino. Puxou prosa. “Para que você quer o dinheiro?” perguntou. “Prá voltar prá onde eu durmo.” “E onde é a sua casa?” “Não vou voltar prá casa. Eu não moro em casa. Eu durmo na rua. Fugi da minha casa por causa do meu pai...”

Em muitas estórias o pai é pintado como um gigante horrendo que devora as crianças. Na estória do “João e o pé de feijão” ele é um ogro que mora longe, muito alto, nas nuvens, onde goza sozinho os prazeres da galinha dos ovos de ouro e da harpa encantada. Mãe e filho, lá embaixo, morrem de fome. Por vezes as crianças estão mais abandonadas com os pais que longe deles. Como aconteceu com a Gata Borralheira. Seu lar estava longe da mãe-madrasta e das irmãs: como uma gata, o borralho do fogão era o único lugar onde encontrava calor.

E comecei a pensar nas crianças que, para comer, fazem ponto nos semáforos, vendendo balas de goma, chocolate bis, biju. Ou distribuindo folhetos... Ah! Os inúteis folhetos que ninguém lê e ninguém quer e que serão amassados e jogados fora. O impulso é fechar o vidro e olhar para a criança com olhar indiferente – como se ela não existisse. Mas eu não agüento. Imagino o sofrimento da criança. Abro o vidro, recebo o papel, agradeço e ainda pergunto o nome. Depois, discretamente, amasso o papel e ponho no lixinho...

E há também os adolescentes que querem limpar o pára-brisa do carro por uma moeda. Já sou amigo da “turma” que trabalha no cruzamento da avenida Brasil com a avenida Orozimbo Maia. Um deles, o Pelé, tem inteligência e humor para ser um “relações públicas”...

Lembro-me de um menino que encontrei no aeroporto de Guarapuava. No seu rosto, mistura de timidez e esperança. “O senhor compra um salgadinho para me ajudar?” Ficamos amigos e depois descobrimos que a mulher para quem ele vendia os salgadinhos o enganava na hora do pagamento...

Um outro, no aeroporto de Viracopos, era engraxate. O pai sofrera um acidente e não podia trabalhar. Tinha de ganhar R$ 20.00. Mas só podia trabalhar enquanto o engraxate adulto, de cadeira cativa, não chegava. Tinha, portanto, de trabalhar rápido. Tivemos um longa conversa sobre a vida que me deixou encantado com o seu caráter e inteligência – ao ponto de ele delicadamente me repreender por um juízo descuidado que emiti, pelo que me desculpei.

E me lembrei das meninas e meninos ainda mais abandonados que nada têm para vender e que, à noitinha, nos semáforos (onde serão suas casas?), pedem uma moedinha...

Houve uma autoridade que determinou que as crianças fossem retiradas da rua e devolvidas aos seus lares. Ela não sabia que, se as crianças estão nas ruas, é porque as ruas são o seu lar. Nos semáforos, de vez em quando, elas encontram olhares amigos.

Os especialistas no assunto já me disseram que não se deve ajudar pessoas nos semáforos, pois isso é incentivar a malandragem e a mendicância. Mas me diga: o que vou dizer àquela criança que me olha e pede: “Compre, por favor...”? Vou lhe dizer que já contribuo para uma instituição legalmente credenciada? Me diga: o que é que eu faço com o olhar dela?

Minhas divagações me fizeram voltar ao Irmãos Karamazóvi, de Dostoiévski. Um dos seus trechos mais pungentes é uma descrição que faz Ivan, ateu, a seu irmão Alioscha, monge, da crueldade de um pai e uma mãe para com a sua filhinha. “Espancavam-na, chicoteavam-na, espisoteavam-na, sem mesmo saber por que o faziam. O pobre corpinho vivia coberto de equimoses. Chegaram depois aos requintes supremos: durante um frio glacial, encerraram-na a noite inteira na privada sob o pretexto de que a pequena não pedia para se levantar à noite (como se um criança de cinco anos, dormindo o seu sono de anjo, pudesse sempre pedir a tempo para sair!).

Como castigo, maculavam-lhe o rosto com os próprios excrementos e a obrigavam a comê-los. E era a mãe que fazia isso – a mãe! Imagina essa criaturinha, incapaz de compreender o que lhe acontecia, e que no frio, na escuridão e no mau cheiro, bate com os punhos minúsculos no peito, e chora lágrimas de sangue, inocentes e mansas, pedindo a ‘Deus que a acuda’. Todo o universo do conhecimento não vale o pranto dessa criança suplicando a ajuda de Deus.”

Num parágrafo mais tranqüilo o starets Zossima medita “Passas por uma criancinha: passas irritado, com más palavras na boca, a alma cheia de cólera; talvez tu próprio não avistasses aquela criança; mas ela te viu, e quem sabe se tua imagem ímpia e feia não se gravou no seu coração indefeso! Talvez o ignores, mas quem sabe se já disseminaste na sua alminha uma semente má que germinará! Meus amigos: pedi a Deus alegria! Sede alegres com as crianças, como os pássaros do céu.”

Quando essas imagens começaram a aparecer na minha imaginação comecei a ouvir (essas músicas que ficam tocando, tocando, na cabeça...) sem que a tivesse chamado aquela canção “Gente humilde”, letra do Vinícius, música do Chico. “Tem certos dias em que eu penso em minha gente e sinto assim todo o meu peito se apertar...” Pelo meio o Vinícius conta da sua comoção ao ver “as casas simples com cadeiras nas calçadas e na fachada escrito em cima que é um lar”. Termina, então, dizendo: “E aí me dá uma tristeza no meu peito feito um despeito de eu não ter como lutar. E eu que não creio peço a Deus por minha gente. É gente humilde. Que vontade de chorar.”

Se fosse hoje o Vinícius não teria vontade de chorar. Ele riria de felicidade ao ver as cadeiras nas calçadas e as fachadas escrito em cima que é um lar... Vontade de chorar ele teria vendo essa multidão de crianças abandonadas, entregues ou à indiferença ou à maldade dos adultos: “E aí me dá uma tristeza no meu peito feito um despeito de eu não saber como lutar...” Só me restam meu inútil sorriso, minhas inúteis palavras, meu inútil Real por um pacotinho de balas de goma...

1. Se dependesse de mim, nas escolas onde se formam os professores haveria cursos de “Como amar uma criança”. E a pergunta decisiva a todos os que pretendessem ser professores seria: “Você ama as crianças?” Essa é a primeira condição. Quem não ama uma criança não tem o direito de ser professor – ainda que tenha todas a teorias na cabeça.

2. “Nosso mais forte elo com a vida é o franco e radiante sorriso de uma criança”: Janusz Korczak. Janusz Korczak foi um educador polonês que morreu com as crianças judias de sua escola. Tendo lhe sido oferecida a possibilidade de liberdade, escolheu entrar com elas na câmara de gás de Treblinka.

Ausência

Por muito tempo achei que a ausência é falta.
E lastimava, ignorante, a falta.
Hoje não a lastimo.
Não há falta na ausência.
A ausência é um estar em mim.
E sinto-a, branca, tão pegada, aconchegada nos meus braços,
que rio e danço e invento exclamações alegres,
porque a ausência, essa ausência assimilada,
ninguém a rouba mais de mim.

Carlos Drummond de Andrade


Via Pavablog

12 janeiro 2008

Trupekando

Esses aí são a Trupekando, uma galera que curte uma palhaçada, mas tudo com muita seriedade... (até parece!!!)

Stand Up do melhor!

Pepe:



Silas Simplesmente:



O Contador de Piadas:

Blog dos Jovens da VIDE



Este é o blog da galerinha da Vide.

Só gente do bem!

11 janeiro 2008

O computador e o Salmo 23

Meu salmo preferido hoje é o 23:
O computador é o meu pastor, e e-mail não me faltará, sentar-me faz diante de telas coloridas; leva-me para junto de portais cibernéticos. Atualiza minha alma, guia-me pelos provedores em nome do “explorer”.Ainda que eu ande recebendo o vírus da morte, não temerei mal algum porque o “Norton” está comigo, seus “up grade” me consolam.Preparas-me uma sala de bate papo, na presença de meus e-migos, unges-me com o “Instant access” e minha caixa de entrada transborda de e-mails.
Paciência e insônia me seguirão todas as madrugadas que eu estiver teclando, e habitarei com meu computador todas as noites da minha vida.

Com a informatização, vivemos na globalização!
Os computadores tomaram conta de nossas vidas, a internet é o vicio pós-moderno das criaturas humanas, até mesmo os pastores mais “espirituais” como eu, estão viciados no “WWW” é um vicio tão incontrolável que gastamos todas as nossas reservas materiais nele, minha poupança foi “pro brejo”.
Para sustentar este meu novo vício, não bastou um Pentium, comprei um “Pentium cinco” que exigiu um moldem de 56, um wireless, um scanner, uma impressora e um speed, tive de fazer um curso rápido para entender a nomenclatura internética, que é toda em inglês (poderia ser em grego, seria mais fácil para mim!)
Através do i ½ eu fico “teclando” com meus amigos. Atualizando meu blog!
Antes quando estava feliz, eu me deleitava, hoje eu “deleto” quando estou aborrecido.
Antes minha maior preocupação eram os meus pecados, hoje são os meus “vírus”.
Eu gastava horas com minha bíblia, hoje gasto com meu computador.

Jasiel Botelho


Via site Jasiel Botelho

Acho que talvez seja isso...

"Quero fazer os poemas das coisas materiais,
pois imagino que esses hão de seros poemas mais espirituais.
E farei os poemas do meu corpo
E do que há de mortal.
Pois acredito que eles me trarão
Os poemas da alma e da imortalidade.
E à raça humana eu digo:
-Não seja curiosa a respeito de Deus,
pois eu sou curioso sobre todas as coisas
e não sou curioso a respeito de Deus.
Não há palavra capaz de dizer
Quanto eu me sinto em paz
Perante Deus e a morte.
Escuto e vejo Deus em todos os objetos,
Embora de Deus mesmo eu não entenda
Nem um pouquinho...
Ora, quem acha que um milagre alguma coisa demais?
Por mim, de nada sei que não sejam milagres...
Cada momento de luz ou de treva
É para mim um milagre,
Milagre cada polegada cúbica de espaço,
Cada metro quadrado de superfície
Da terra está cheio de milagres
E cada pedaço do seu interior
Está apinhado de milagres.
O mar é para mim um milagre sem fim:
Os peixes nadando, as pedras,
O movimento das ondas,
Os navios que vão com homens dentro
-existirão milagres mais estranhos?"

Walt Whitmann [via site do Rubem Alves]

Tirado do PavaBlog