24 setembro 2008

Agora você vai entender a crise americana...

Paul comprou um apartamento no começo dos anos 90 por 300.000 dólares financiado em 30 anos. Em 2006 o apartamento do Paul passou a valer 1,1milhão de dólares. Ai, um banco perguntou para o Paul se ele não queria uma grana emprestada, algo como 800.000 dólares, dando seu apartamento como garantia. Ele aceitou o empréstimo, fez uma nova hipoteca e pegou os 800.000 dólares.

Com os 800.000 dólares Paul vendo que imóveis não paravam de valorizar comprou três casas em construção dando como entrada algo como 400.000 dólares. A diferença (400.000 dólares ) que Paul recebeu do banco ele se comprometeu: comprou carro novo (alemão) para ele, deu um carro (japonês)para cada filho e com o resto do dinheiro comprou TV de plasma de 63 polegadas, notebooks, cuecas. Tudo financiado, tudo a crédito.
A esposa do Paul sentindo-se rica sentou o dedo no cartão de crédito.

Em agosto de 2007 começaram a correr boatos que os preços dos imóveis estavam caindo. As casas que o Paul tinha dado entrada e estavam em construção caíram vertiginosamente de preço e não tinham mais liquidez.

O negócio era refinanciar a própria casa, usar o dinheiro para comprar
outras casas e revender com lucro. Fácil! Parecia fácil. Só que todo
mundo teve a mesma idéia ao mesmo tempo. As taxas que o Paul pagava começaram a subir (as taxas eram pós fixadas) e Paul percebeu que seu investimento em imóveis se transformara num desastre.

Milhões tiveram a mesma idéia do Paul. Tinha casa para vender como nunca. Paul foi aguentando as prestações da sua casa refinanciada, mais as das três casas que ele comprou como milhões de compatriotas, para revender, mais as prestações dos carros, das cuecas, dos notebooks, da TV de plasma e do cartão de crédito.

Aí as casas que o Paul comprou para revender ficaram prontas e ele tinha que pagar uma grande parcela. Só que neste momento Paul achava que já teria revendido as três casas mas ou não havia compradores ou os que havia só pagariam um preço muito menor que o Paul havia pago. Paul se danou. Começou a não pagar aos bancos as hipotecas da casa que ele morava e das três casas que ele havia comprado como investimento. Os bancos ficaram sem receber de milhões de especuladores iguais a Paul.

Paul optou pela sobrevivência da família e tentou renegociar com os bancos que não quiseram acordo. Paul entregou aos bancos as três casas que comprou como investimento perdendo tudo que tinha investido. Paul quebrou. Ele e sua família pararam de consumir...

Milhões de Pauls deixaram de pagar aos bancos os empréstimos que haviam feito baseados nos preços dos imóveis. Os bancos haviam transformado os empréstimos de milhões de Pauls em títulos negociáveis. Esses títulos passaram a ser negociados com valor de face. Com a inadimplência dos Pauls esses títulos começaram a valer pó.

Bilhões e bilhões em títulos passaram a nada valer e esses títulos estavam disseminados por todo o mercado, principalmente nos bancos americanos, mas também em bancos europeus e asiáticos.

Os imóveis eram as garantias dos empréstimos, mas esses empréstimos foram feitos baseados num preço de mercado desse imóvel... Preço que despencou.
Um empréstimo foi feito baseado num imóvel avaliado em 500.000 dólares que de repente passou a valer 300.000 dólares e mesmo pelos 300.000 não havia compradores.

Os preços dos imóveis eram uma bolha, um ciclo que não se sustentava, como os esquemas de pirâmide, especulação pura. A inadimplência dos milhões de Pauls atingiu fortemente os bancos americanos que perderam centenas de bilhões de dólares. A farra do crédito fácil um dia acaba. E... Acabou.

Com a inadimplência dos milhões de Pauls, os bancos pararam de emprestar por medo de não receber. Os Pauls pararam de consumir porque não tinham crédito. Mesmo quem n o devia dinheiro não conseguia crédito nos bancos e quem tinha crédito não queria dinheiro emprestado.

O medo de perder o emprego fez a economia travar. Recessão, sentimento, medo. Mesmo quem pode, pára de consumir.

O FED começou a trabalhar de forma árdua, reduzindo fortemente as taxas de juros e as taxas de empréstimo interbancários. O FED também começou a injetar bilhões de dólares no mercado, provendo liquidez. O governo Bush lançou um plano de ajuda economia sob forma de devolução de parte do imposto de renda pago, visando incrementar o consumo, porém essas ações levam meses para surtir efeitos práticos. Essas ações foram corretas e, até agora não é possível afirmar que os EUA estão tecnicamente em recessão.

O FED trabalhava. O mercado ficava atento e as famílias esperançosas.
até que na semana passada o impensável aconteceu. O pior pesadelo para uma economia aconteceu: a crise bancária, correntistas correndo para sacar suas economias, boataria geral, pânico. Um dos grandes bancos da América, o Bear Stearns amanheceu na segunda feira última, quebrado, insolvente.

No domingo o FED de forma inédita fez um empréstimo ao Bear, apoiado pelo JP Morgan Chase, para que o banco não quebrasse. Depois disso o Bear foi vendido para o JP Morgan por dois dólares por ação , há um ano elas valiam 160 dólares. Durante esta semana dezenas de boatos voltaram a acontecer sobre quebra de bancos.

A bola da vez seria o Lehman Brothers,um bancão. O mercado e as pessoas seguem sem saber o que nos espera na próxima segunda-feira.

O que começou com o Paul hoje afeta o mundo inteiro. A coisa pode estar apenas começando. Só o tempo dirá.

Castilho

Finabank CCTVM

E hoje, dia 15 de Setembro de 2008, o Lehman Brothers pediu falencia, desempregando mais de 26 mil pessoas e provocando uma queda de mais de 500 (quinhentos ) pontos no índice Dow Jones, que mede o valor ponderado das ações das 30 maiores empresas negociadas na Bolsa de Valores de New York -
a maior queda em um único dia, desde a quebra de 1929.

O dia de hoje, certamente, será lembrado para sempre na historia do
capitalismo.

Recebi por email

19 setembro 2008

Post de Aniversário

Bom, não é nada fácil... acabo de chegar aos 27.

Esse ano é um ano diferente... diferente dos últimos que se passaram. Não só pelo fato de estar cada vez mais perto dos 30, mas principalmente por viver um ano completamente novo.

Esse tem gosto de vida nova.

Desde janeiro que entrei numa área nova, trabalho novo, desafio novo, muita coisa nova.

Mas o que há de mais novo é a forma como eu tenho encarado Deus e todas as coisas, uma liberdade que chegou de repente, uma maneira de encarar tudo e todos. E é muito bom.

Talvez eu esteja meio melancólico... afinal, estou em um quarto de hotel... longe de casa, longe da minha esposa... meu irmão está se mudando para o Canadá... enfim, tudo isso junto me dá assim uma sensação de tempo-espaço de despedida ou algo do tipo.

Hoje eu pensava na mortalidade... e como essa vida passa rápido... Assim como Quintana dizia, quando se vê já são seis horas.

Mas o consolo é a certeza do céu. Não importa quanto tempo temos aqui embaixo, o que alegra é a certeza da infinitude do que nos aguarda. Só o Céu consola a mortalidade da terra.

Ah, e encerro com uma canção que ouvia hoje na estrada:


15 setembro 2008

O que me motiva

Abaixo um recado deixado por amigo que é mais do que irmão.

São coisas assim que me motivam... me fazem ir um pouco além e não desistir tão fácil.

Segue meu abraço, afinal, ele sabe que me enviou tal recado.

Na eterna esperança de trazer um pouco do céu aqui pra baixo...

"Não sou evangélico, tampouco conheço esse grupo religioso o suficiente. No entanto, após um rápido "passar d'olhos" no que está postado no seu blog, posso afirmar que algo extraordinário está surgindo. Algo que, mesmo sem total consciência, eu descobri que já esperava há muito (se é que eu posso me dar o direito de "esperar" alguma coisa de setores que não me dizem respeito diretamente). Muito obrigado pelo que você está fazendo."

Avivamento. Um conto.

Avivamento. Um conto.

E então, depois de um mover profético onde todos os ministérios de fogo, glória, noiva, adoração e unção, houve um tremendo arrebatamento de almas e milhares e milhares se converteram.

Esse avivamento sobre a nação foi de tal forma forte que pessoas e mais pessoas iam se entregando a Jesus e corriam desesperados aos crentes que os ensinassem a respeito da Graça e da Vida com Deus.

Com tanta gente aparecendo, logo logo os conflitos denominacionais começaram a diminuir e não demorou muito para que os pastores de toda a nação se unissem no Supremo Conselho de Deus para o Brasil, o SCDB. Para não criar problemas, o conselho foi criado com três pessoas: Edir Macedo representando as Neopentecostais, Silas Malafaia representava as Pentecostais e Roberto Brasileiro representava as Tradicionais. Nomes como Ed René, Ricardo Gondim, Caio Fábio e outros foram logo esquecidos, pois agora o povo tinha sido tomado de tal frenesi que não adiantou nada os avisos que estes fizeram.

E assim nascia um novo Brasil. Um Brasil Evangélico.

Os primeiros anos foram anos maravilhosos, a violência diminuía, os políticos corruptos (inclusive os corruptos evangélicos) se voltaram para o povo e a economia continuou seu crescimento.

Mas foi no começo do 6º ano que me lembro que as coisas começaram a ficar estranhas. Naquele ano aconteceu o Maravilhoso Encontro com Deus para a Nação no Planalto Central, patrocinado pela SCDB. A intenção era destronar todos e últimos demônios que poderiam reinar sobre esse país. Lá estava inclusive nosso novo Presidente Evangélico, eleito em primeiro turno.

Foi quando um dos levitas que comandava o louvor disse que havia profetas ali que trariam a palavra do Senhor e então, eu o vi pela primeira vez, era o Querubim. Assim chamavam aquele apóstolo porque ele tinha sido levantado acima de todos os apóstolos do Brasil. Ele então disse as seguintes palavras:

“Assim diz o Senhor ao Brasil: Assim como Israel se livrou de seus ídolos, vós também deveis vos livrar! Eis que venho sem demora sobre esta nação, mas não suporto o pecado que vós deixais habitar entre vós! Como podeis adorar a mim e ainda aceitar aqueles que se desvirtuaram de seu nascimento? Como podeis adorar a mim e ainda aceitar catedrais em louvor a quem não é Deus? Como podereis oferecer sacrifício santo e honrado se no vosso meio habita o pecado?”

Logo aquele mesmo levita disse: “Deus falou conosco! Vamos obeceder!” e então o Querubim foi chamado a interpretar aquilo que havia sido dito. Ele disse que Deus estava cobrando todos os locais de adoração de outras religiões que havia no Brasil, também cobrava de seu povo uma posição frente aos homossexuais.

Logo surgiram pessoas com várias idéias, mas logo a multidão soube o que fazer. Como que guiados por um espírito, todo o Brasil agora adentrava catedrais católicas e depredavam toda a herança desta religião. Locais de culto afro brasileiros também eram alvo de depredação.

Na semana seguinte as praças se tornaram em fogueiras e imagens, cruzes, bíblias romanas, iemanjás e oguns ardiam entre as labaredas. Ex-católicos embebidos de raiva e ainda mais aqueles que já eram protestantes, que gritavam “Jesus é o Senhor do Brasil”, “Deus é fiel” e outras tantas palavras de ordem.

Em todo país tudo que lembrasse outra religião tinha o mesmo fim. Mas não era o fim.

Enquanto isso acontecia, outros tantos se voltaram contra os homossexuais. Logo acharam que tais pessoas precisavam de libertação e cura interior. Assim, ministérios dos quatro cantos do país resolveram dar novo uso aos manicômios. Aqueles que eram homossexuais para lá eram levados e aqueles de quem desconfiavam também. Ali o Senhor Deus ordenava sua benção e através da libertação eram agora ex-homossexuais. Aqueles que resistiam eram mantidos lá, até que suas almas fossem libertas.

Obviamente, a imprensa não ficou calada. Revistas internacionais denunciavam tudo que acontecia, mas o grupo Globo, Abril e outras editoras foram a falência por terem sido denunciadas como agências do Diabo. Assim, agora a população só lia a Folha Universal. Havia ainda um grupo de jornalistas envolvidos no intuito de dizer que algo estava errado, o personagem em maior destaque era Sérgio Pavarini. Ele também foi o primeiro.

Novamente o Querubim trouxe uma revelação ao Congresso e rapidamente baixou-se uma lei que promulgava a prisão daqueles ousassem denegrir a imagem da Igreja Brasileira ou do Supremo Conselho de Deus para o Brasil. Pavarini foi o primeiro a ser condenado e preso. Logo após começou a caça as bruxas, ou ainda, a caça aos hereges.

Caio Fábio, Rubem Alves, Ricardo Gondim, Ed René, Areovaldo Ramos e tantos outros foram logo trancafiados e denunciados como pregadores de outra doutrina e servidores de Demônios. Os ministérios de libertação foram novamente acionados e enviados para darem conta desta terrível ameaça que tais pensamentos representavam.

Várias empresas começaram a falir. Todas as ligadas ao setor de bebidas alcoólicas agora fechavam suas portas ou saiam do Brasil. Casas noturnas também acabaram. Teatros foram incendiados por conta de peças que foram encenadas lá. Os cinemas também faliram, afinal, todos os filmes agora passavam pelo crivo do SCDB.

As coisas começaram a ficar muito estranhas.

Agora acabaram de baixar o toque de recolher, afinal, a noite é hora das pessoas estarem em casa assistindo as pregações que passam na TV. A Rede Globo fez sua última exibição há uns dois meses. Agora a emissora pertence ao SCDB.

O exército foi posicionado nas barreiras pois alguns gentios teimavam em querer fugir do país. Alguns amigos tentaram ir para a Argentina, eram ao todo quatro. Mas só dois deram entrada na prisão e agora estão incomunicáveis, pois não é permitido o contato de hereges com o resto dos brasileiros. Eles só podem falar com os ministérios de Libertação.

Até semana passada, eu conseguia postar em meu blog de um endereço fora do país. Mas alguma coisa deu errado, eu acredito que fui denunciado. Enviei este texto ao meu irmão que vive fora do país e ele pôde postar de lá.

Escrevo isto como um adeus porque o que eu vejo acontecendo na libertação aqui é na verdade lavagem cerebral. Não sei se serei a mesma pessoa daqui em diante. Afinal, até agora ninguém conseguiu resistir aos ministérios. E aqueles que resistem somem misteriosamente. Nunca mais ouvi notícias sobre o Pavarini e Caio Fábio. Acredito que vocês também não terão mais notícias minhas.

Agora oro e espero. E penso sempre que talvez, o que aconteceu por aqui, não foi mesmo um avivamento.



César Chagas

10 de Setembro / 08

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Esse texto faz parte de alguns textos que estou escrevendo. Tô dando margem para minha criatividade... vamos ver no que dá.

Sobre o tema que escrevi acima indico duas coisas:

- A igreja do Diabo - Machado de Assis (Texto)
- V de Vingança - Filme

Acampamento Dias Melhores


Segue abaixo uma das respostas do nosso amigo Marcelo Quintela às questões sobre o acampamento.

Temos visto muita polêmica (obviamente entre crentes) sobre o intuito ecumênico do acampamento que vai acontecer. Interessante que desde o início estamos dizendo que este acampamento é para falar de Deus, independente de quem esteja lá. Assim, católicos, espíritas, ateus e até evangélicos estão aptos a ouvir o que lá será dito.

Alguns emails correram e então, o Marcelo fez aqui uma resposta. Coloco abaixo para quem quiser ler e tenha alguma dúvida sobre o acampa. Não colocarei no site do acampamento porque termos chegado a esse tipo de discussão é uma verdadeira afronta aos queridos católicos e espíritas que lá estarão conosco. Sinal da nossa meninice em Cristo.

Segue:

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Mano querido...

"Quando eu era evangélico, pensava como evangélico, agia como evangélico...depois, deixei dessas coisas..."

Agora, ficaram só esperança, fé e amor!

Esse é o alvo.

"Corro para o alvo"

No demais, se sou tão evangélico quanto sou católico (ou seja, nem um nem outro), a melhor parte está em ver as pessoas só como GENTE mesmo.

Para mim, a questão é tão ultrapassada que eu me pergunto como posso ser ecumênico, se nem religião eu tenho?

Vocês estão pensando que a gente tá de brincadeira com esse negócio de não-religião na relação com Deus e com o mundo?

Somos filhos do Evangelho, e só. E só pela Graça. A Graça nos mistura às pessoas, como o Sal se dilue no mundo! Não temos e nem teremos relações institucionais com ninguém, pq nosso negócio é GENTE. E instituições não se relacionam. Só gente se relaciona.

Somos uns des-graçados publicanos, que receberam em si mesmos o que nunca poderiam construir: o Espírito, o Reino em nós, a Morada de Deus. E isso nos mantém em constante assombro de gratidão!

Somos os famintos dispostos a dizer aos outros famintos que encontramos a casa do Pão!

Vc já ouviu algum publicano falar acerca de Jesus: "Esse aí anda com fariseus e come com eles!" ? Jà ouviu isso? Lògico que não. Publicanos não se sentem melhores que ninguém, e nem delimitam o grupo com o qual Jesus pode se encontrar. Publicanos não são seletivos. Publicanos são inclusivos, até porque querem ser incluídos! Quem foi convidado pra FESTA do jeito que a gente o foi, meus amigos, não tá nem aí para a filiação religiosa dos demais convidados. Eu só sei que muitos virão do Ocidente e do Oriente! E quem está preocupado com isso, pensa que entrou nas Bodas vestindo-se de si próprio.

Daqui a pouco tem gente achando que é alguma coisa porque é do 'Caminho da Graça'. Faça-me o favor! Dessas pedras Deus faz caminhantes e fraternos irmãos de Caminhada. Nós não somos NADA! O "Caminho" não é NADA! O "Caminho" não existe. O "Caminho" é só um testemunho! Historicamente, é fruto da pregação contemporânea de um homem dessa geração, queiram ou não! O "Caminho" é só uma maquete (mal feita, porque humana) do ideal comunitário! Um foco, um pólo histórico de divulgação do Evangelho. O "Caminho" não tem a própria camisa pra vestir! No "Caminho" todos são convidados a serem vestidos com as vestes do Dono da Festa! Diante de Deus não há emblemas, nem logos, nem distintivos, nem marcas, nem nome nenhum... Só gente!

Vamos por as coisas no seu devido lugar então...

Como unir o "Caminho" aos jovens católicos pode ser ecumênico? Nem um e nem outro existe para o Reino!

Evangélicos x católicos não nos diz respeito por um motivo simples: a única coisa que nos diz respeito agora é que SOMOS DEVEDORES A UNS E A OUTROS, e a tantos mais quanto Deus nos permitir contar a Boa Nova da Reconciliação. A porta que Ele abre, a gente entra com a boca cheia da Palavra. A porta que Ele fecha, a gente desvia, e segue nossa jornada!

A gente fala, fala, fala...QUE É ASSIM!!!!.... Mas alguns de nós pensam que é brincadeira.

A brincadeira acabou.


E bem-aventurado é quem não se escandalizar com isso!



Marcelo Quintela

Santos/SP

10 setembro 2008

Deus e o diabo na Bahia de Todos os Santos


Escrito em 06 de Setembro /08

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Cheguei hoje à Bahia. E eu posso dizer a vocês... tem alguma coisa diferente aqui. Pode ser a água, pode ser esse mar tão lindo e pode ser também os pezinhos sujinhos dessas baianas.

Confesso que nunca fui muito simpático à Bahia. Tantos anos imaginando que o diabo saiu do inferno e deu uma passadinha aqui e fez sua baguncinha particular... afinal, na visão dos protestantes, isso aqui é covil de coisas estranhas.

Mas meu coração, que é enganoso, acaba por me dizer que existem outras coisas além destas. Existe alguma coisa aqui... eu estou dizendo.

Hoje eu olhava para o mar e saboreava acarajé, tanta coisa bonita e gostosa no mesmo lugar e há quem diga que tudo isso é feitiço ou encantamento. Se é, não o sei. O que é, também não o sei.

A areia da praia, aqueles siris que correm loucos e aterrorizados com nossa presença, esse sol que se esconde mais cedo e também madruga para aquecer os morenos desta terra. Essas palmeiras também são diferentes, talvez pelo simples fato de estarem neste solo, o vento que sopra a noite parece que trás alguma coisa do mar. E novamente, o que é, não o sei.

Lembro-me de Deus é Brasileiro, com aquele ator que faz minha mãe e amigas suspirarem. Aquela cena ainda me marca... se Deus fosse realmente descer por estas bandas, acredito que seria por aqui. Nada contra minha linda Minas, de jeito nenhum, acho que lá Ele iria morar. Mas pra descer, acho que realmente seria aqui.

Também vejo nesse povo tão manso e tão lento aquela atitude do ator novamente. Parece-me ver Deus olhando para nossos disparates e loucuras com toda a paciência e preguiça de um bom baiano. Pareço ver Deus dando boas risadas quando nos apressamos e corremos como loucos, da mesma forma como esses baianos me olham atônitos com toda a minha pressa.

A eles parece não fazer sentido nenhum toda essa pressa e confusão, se o mar está tão lindo e esse sol já veio fazer um dia novo, novamente.

Há quem diga que por esta terra há muito de diabo, sei não viu, acho que na verdade há muito de Deus aqui. Aquilo que se desviou, desviou. Não há muito o que se fazer. Aliás, basta fazer aquilo que já foi dito há dois milênios e só.

E que se registre, não dê muito crédito ao diabo não... Aqui há tanta coisa bonita que só Deus poderia ter criado. É realmente uma Bahia cheia de santos.

08 setembro 2008

Até logo meu amigo Marcelo



Esse post é como escrever com sangue.

Meu sangue.

Meu amigo Marcelo hoje foi se encontrar com Jesus. Um acidente fez o céu mais alegre e a terra mais triste.

Não consigo escrever muito não.

Apenas dizer ao meu bom amigo que a gente por aqui vai ficando e aguardando o dia de se reencontrar. Vamos cuidar da Dri pra você ok?

Dá um beijo em Jesus por mim.

Até breve.

Afinal, esta vida aqui é como a neblina que aparece e logo passa...



Deixo uma canção pra você:

"É tão estranho
Os bons morrem jovens
Assim parece ser, quando me lembro de você
Que acabou indo embora, cedo demais
Quando eu lhe dizia, me apaixono todo dia
É sempre a pessoa errada
Você sorriu e disse: eu gosto de você também
Só que você foi embora cedo demais
Eu continuo aqui
Meu trabalho e meus amigos
E me lembro de você
Dias assim, dias de chuva, dia de sol
E o que sinto não sei dizer
Vai com os anjos, vai em paz
Era assim todo dia de tarde
A descoberta da amizade, até a próxima vez
É tão estranho
Os bons morrem antes
E lembro de você e de tanta gente que se foi cedo demais
E cedo demais,eu aprendi a ter tudo que sempre quis
Só não aprendi a perder
E eu que tive um começo feliz
Do resto não sei dizer
Lembro das tardes que passamos juntos
Não é sempre mas eu sei
Que você está bem agora
Só que neste ano eu sei que o verão acabou
Cedo demais"


Pensamento

No início, a igreja era um grupo de homens centrados no Cristo vivo.
Então, a igreja chegou à Grécia e tornou-se uma filosofia.
Depois, chegou à Roma e tornou-se uma instituição.
Em seguida, à Europa e tornou-se uma cultura.
E, finalmente, chegou à América e tornou-se um negócio.

Richard Halverson


Recebi por email. Boa não?

01 setembro 2008

Adeus! Adio! Farewell! So Long!

Calma que ainda é só um texto! hehehe E que texto!

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Chegou a hora de dizer muito obrigado.

Muito obrigado por me teres deixado com a sensação de que vivia protegido. Por anos, senti-me escoltado por um vigilante pastor. Caso não te imaginasse cuidadoso, covarde como sou, talvez não conseguisse encarar os percalços que se repetiram por minha história.

Muito obrigado por não me corrigires quando, influenciado por uma espiritualidade utilitária, te pedi o que comer e o que vestir. Por me fazer tão dependente, acabei não dando asas à arrogância que escondia.

Muito obrigado pelas primeiras influências de minha caminhada espiritual. Colocaste-me para trabalhar junto de gente sincera, ingênua, nobre, inconseqüente, bondosa, torpe. Devo a todos, o critério ético, a responsabilidade humana e os escrúpulos espirituais que fui forçado a admitir.

Muito obrigado pelos livros que colocaste à minha disposição. Sob tua tutela devorei inúmeros compêndios de teologia sistemática e me familiarizei com os pressupostos cartesianos da fé. Bebi com a mesma avidez de autores liberais e fundamentalistas. De coração aberto, li os melhores manuais exegéticos, estudei as hermenêuticas mais ortodoxas. Fui um discípulo aplicado, sempre esforçado para exceder em minha dedicação.

Também chegou a hora de me despedir, preciso entrar em uma nova fase.

Preciso viver uma espiritualidade madura que não careça de milagres, que não espere salvamentos espetaculares. Olho para trás e noto os processos pedagógicos que visavam preparar-me para esta vida autônoma. Responsavelmente cônscio que és Pai, reconheço que tu me treinavas para voar e talhar o meu destino no granito. Arrisco-me a dar os primeiros passos sem depender de teus sucessivos amparos.

Preciso viver uma espiritualidade solidária que não busca livramentos sobrenaturais. Enquanto houver uma criança abandonada em algum campo de refugiados das Nações Unidas, enquanto houver um hospital com macas no corredor, não pedirei qualquer bônus sobrenatural.

Não quero privilégios divinos que me distingam. Espero apenas um milagre: ouvir o teu lamento e a tua indignação por tanta morte desnecessária. Concede-me sensibilidade para acolher o teu apelo e ser ao mesmo tempo pregoeiro da justiça e bom samaritano.

Preciso viver a fé como coragem. Não transformarei a minha relação contigo em uma fuga existencial. Enfrentarei as adversidades, celebrarei as conquistas, suportarei o tédio, lamentarei as ruínas, confiando que os valores propostos por Jesus de Nazaré são suficientes para me fazerem mais que vitorioso.

Assim, dou adeus à minha infância espiritual. Claudicante, engatinho rumo à maturidade. Admito que ainda tenho muito chão pela frente. Sigo, porém, a carreira que me foi proposta com o coração vibrante.

Soli Deo Gloria.

Ricardo Gondim

Só podia ser no Pava

Jung

Nós, protestantes, teremos mais cedo ou mais tarde de enfrentar a seguinte questão: devemos entender a Imitação de Cristo no sentido de que devemos copiar sua vida e, se é que posso usar essa expressão, simular seus estigmas; ou no sentido mais profundo de que devemos viver nossas próprias vidas de forma tão verdadeira quanto ele viveu a sua em todas as suas implicações? Não é coisa fácil viver uma vida modelada na de Cristo, mas é indizivelmente mais difícil viver nossa própria vida de forma tão verdadeira quanto Cristo viveu a dele.

Carl Jung, in Psychotherapists or the Clergy.

Vi no Pava