04 fevereiro 2009

Papai, olha lá... o cara do Kiss virou pastor!!!!


O título é brincadeira minha, mas o texto é muito interessante. Indicação do meu bom amigo Zé Inácio lá no site Cristianismo Criativo.

Entenda a piadinha lendo o texto.

E aliás, muita gente já gritaria glórias e aleluias e labassurionderrá SHUUUUUU! de ouvir que o Gene Simmons agora é pastor... é óbvio que conheço bons pastores e tenho alguns que amo tanto e sei que não poderiam ter sido outra coisa, pois sua vida foi em função de servir a Deus segundo esta função. Mas exceto estes... há muito que ser pastor não é um sinal assim tão bom.

Mas leia o texto que é melhor do que eu escrevendo aqui...

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A Igreja de Gene Simmons

Tive uma adolescência longe do Evangelho. Na verdade, nasci de uma família católica nominal, não-praticante. Naquele tempo, comecei a me interessar – e muito – por música, em especial por rock’n’roll. Passava todo o tempo ouvindo rock. E uma das bandas que mais me chamava a atenção era o Kiss.

Com suas maquiagens e roupas extravagantes, eles pareciam personagens de quadrinhos – na verdade, até se tornaram, durante os anos 70, ao serem desenhados pela Marvel. Quem mais se sobressaía era o baixista, Gene Simmons, e sua língua quilométrica.

O grande sucesso do Kiss foi a música “Rock’n’roll all nite”, cujo refrão dizia: “eu quero rock’n’roll a noite toda, e festa todo dia”.

Sei que pode parecer heresia (aliás, hoje em dia, o ato de pensar é encarado como herético...), mas será que, como igreja evangélica, não estamos nos pautando pelo refrão do Kiss, em vez de nos pautarmos por aquilo que diz o Senhor em sua Palavra?

Afinal, queremos “rock’n’roll” (ou adoração, se você preferir) a noite toda (ao menos, nas noites de domingo) e “festa” (ou “vida de vitória”/prosperidade) todo dia. Infelizmente, nosso protestantismo (se é que pode ser considerado assim) tupiniquim celebra muito a adoração, o louvor, a exaltação... mas será que tudo isso é suficiente?

Cantamos muito sobre a paixão por Deus. Mas como podemos estar “apaixonados” (termo extrabíblico, mas vá lá) por Deus, se nossa paixão não se traduz em missões, em testemunho, em transformação social, para que nosso país, tão sofrido e combalido pela corrupção, possa reconhecer que o Senhor é nosso Pai e somos seus filhos? Quando Deus, por meio do profeta Amós, diz: “Aborreço, desprezo as vossas festas, e não me deleito nas vossas assembléias solenes. Afasta de mim o estrépito dos teus cânticos, porque não ouvirei as melodias das tuas liras” (Am 5.21, 23), devemos encarar o seu aborrecimento como dirigido à igreja evangélica brasileira, como um alerta para nosso arrependimento e conversão a ele.

Acredito que nem tudo está perdido. Deus sempre tem os seus que não dobraram os joelhos a Baal (1 Rs 19.18). Há ainda aqueles que não se pautaram pela indústria de entretenimento gospel para formatar sua adoração a Deus. Ainda há aqueles que lutam bravamente contra o individualismo e o mercantilismo exacerbado de nossa cultura, que tem solapado os limites de nossas igrejas.

Há muito o que fazer. Temos ministérios riquíssimos, com direito a jatinhos exclusivos, canais de televisão (aberta e a cabo), igrejas que parecem verdadeiros “shopping centers”, ministérios que parecem empresas transnacionais. Porém, aos olhos do Senhor, não temos nada: carecemos de sua presença. Carecemos de simplesmente andar com ele, de simplesmente ouvir aquilo que ele tem a nos dizer. Estamos ocupados demais para ouvir a voz de Deus. À semelhança de Laodicéia, achamos que nossa expressão numérica é sinal de bênçãos sem medida de Deus, mas, na verdade, somos pobres, miseráveis, cegos e nus (Ap 3.17).

Ainda há tempo. Tempo de arrependimento, de abandonar o padrão de Gene Simmons e adotar o padrão do Crucificado. Que o Senhor tenha misericórdia de nós.

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