30 abril 2009

Prost(instituição)


Senhores, segue um texto, aliás um puta texto!

Talvez eu sofra da mesma teimosia de achar os sonhos é um lugar melhor... e ainda melhor gastar meu tempo em fazer deles a coisa real. Talvez eu sofra mais por não me conformar... mas talvez não exista outra solução pra mim.

boa leitura.

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Prostitutas garantem: é um livre comércio. Os seus filhos estão no congresso. Os seus amantes nas igrejas. Seus cafetões são os melhores delegados e magistrados. Os seus melhores clientes estão nas universidades. O mundo é um prostíbulo globalizado. Legalizado!

Como diria nosso nobre dePutado, Paulo Maluff, “se o estupro é inevitável, relaxe e goze”.

É inevitável ser estuprado todos os dias com a programação televisiva, mas os brasileiros gostam e gozam quando a novela começa. Incrível, agradecem pelo estupro dando boa a noite ao bandido, quando ele começa o terrorismo intelectual no jornal das 8.

É inevitável ser estuprado pagando impostos. Incrível, e só nesse mundo, o estuprador engravida e as pessoas ficam na fila pedindo testes de dna. Pagamos os impostos, sem reclamar. Consentimos com dor, e esperamos meses e meses que o estuprador nos de uma pensão alimentícia - um bolsa família, que pague a educação dos nossos filhos, a saúde de seu feto.

É inevitável ser estuprado indo às igrejas. Vendem-nos a fé, e achamos normal. Já estamos acostumados a só levar, que até pagamos achando que a vida vai melhorar. Talvez assim, a população pense que o bandido pelo menos usará um creminho, camisinha. Mas a igreja veta o uso da camisinha, é meu amigo, o creminho é o sabonete santo batizado no mar Morto do Tietê com um ticket de Israel.

Todos estão contaminados com o vírus dessa dst legalizada. Não existe vacina. Um dia me disseram que o povo gosta de sofrer. A dor cura meu bem. E a humanidade caminha, pessoas doentes, vendidas, e algumas até acreditam na inocência do Lula.

Espera-se uma nova geração, mas colocam as crianças na frente da televisão assistindo o Faustão e desenhos de sexo explicito – reflexo de um mundo prostituído.

Espera-se a revolução da juventude, que escuta psy-trance em tendas armadas tomando pílulas legalizadas enquanto discutem sobre a próxima noitada.

Espera-se a revolução dos intelectuais, que se calam com medo da retaliação ou até mesmo porque sabem que suas vozes serão falácias.

Espera-se a revolução dos imortais, mas pena, eles são imortais justamente por não ter aonde cair morto.

Não sei como solucionar os problemas do mundo. Pediram-me pra cair no mundo real, pra acordar dos meus sonhos. Pronto, abri os olhos e vi o mundo assim, me desculpem, vou voltar ao meu sono.

Lá eu posso amar como se não houvesse amanhã, pois sei que se eu abrir os olhos verei que realmente não há. Vou sonhar, construir castelos no ar, navegar por grandes mares. Irei lutar contra moinhos de vento, irei conversar com Alice e as panelas falantes.

Vou orar ao Deus desconhecido que me apresente o terceiro Céu enquanto aprecio os seus belos escritos e me perco no oráculo.

E sempre quando me incomodarem a acordar. Lembrarei o prostíbulo que me espera se eu cair na real. Não obrigado, não vou salvar as putas, nem os filhos dela. Deixa-me procurar nas minhas utopias, o mundo que eu quero viver.

Jovem idealista, sonhador. Ao menos se eu sofrer nos meus sonhos, sofrerei por tentar viver o que eu quero, não relaxo e não vem pra cima de mim não. Meu spray de pimenta vem com a acidez de meu ser, o sarcasmo embutido.

Quem sabe o novo mundo está nos sonhos de jovens como eu, como você. Quem sabe, não nos encontremos em nossos sonhos e partimos em busca de um mundo novo. Você está convidado a sair desse prostíbulo filho teu, a escolha é sempre sua.

Enquanto isso, relaxe e goze.

Paulo Câmara, no blog TheWorldOwner.
dica do Francisco Salerno Neto - Via Pava

Crescimento dos Muçulmanos

Hoje pela manhã um dos meus mais chegados amigos me enviou um vídeo interessante, feito pela Batista de São José dos Campos. Sua intenção era informação apenas.

Porém, ao ler os comentários ou mesmo ver em outras áreas notei já a preocupação alarmante com o crescimento dos "inimigos" do Evangelho.

Bom, o vídeo está logo abaixo. Farei minhas considerações depois:




Correndo o risco de ser mal interpretado, queria contrapor algumas coisas no tocante ao vídeo.

1 - Eu tenho alguma reserva quando dados são apresentados sem a fonte. Nem sempre são muito confiáveis. Mas vou assumir que são.

2 - A explosão demográfica dos muçulmanos já tinha sido falada pelo Pr. Biscoito numa reunião do caminho, que realmente, a idéia dos caras era ter filhos igual coelhos, seguindo fielmente o que a religião diz. Isso é realmente importante no que tange a número, mas não tão bom assim no que tange a qualidade. Isso também inviabiliza o acesso da maioria desses à uma boa faculdade ou estudo. O islamismo também só privilegia o mais velho, os outros terão empregos menos nobres.

3 - Estamos falando de cultura, porém estamos esquecendo da mudança violenta das formas de relações do ser humano na terra. Vivemos hoje o conceito de Marshall McLuhan - A Aldeia Global - regida pelos meios de comunicação. Hoje é mundo já é altamente globalizado e não existe mais volta. Assim, todas as culturas vão sofrer alterações e até morrer, mesmo que seja a cultura muçulmana. Porque não há mais formas de resistir ao contato global e a miscelânia que isso vai se tornar. Imaginem o mundo como o Brasil em alguns anos. Católicos que gostam de se benzer, tomam passe e também pedem aos crentes para que orem por eles. Assim será o mundo... as culturas e religiões vão se misturar e isso será uma via sem volta.

4 - Quando falamos de muçulmanos no mundo ocidental, esquecemos da ocidentalização que acontecem com as religiões aqui. É a presença do dinheiro o do consumo disponível. Assim, nenhuma religião consegue resistir ao dinheiro. Nem as leis rígidas dos muçulmanos nem as igrejas evangélicas.

5 - Nós evangélicos ou ocidentais cometemos um erro terrível ao chamar o mundo muçulmano por uma totalidade. É o mesmo que eu dizer que somos a mesma coisa que o Edir Macedo ou o Silas Malafaia ou Sonia Hernandez. Como vocês podem ver, até entre nós existem diferenças. Entre eles também. Existem várias linhas de muçulmanos e nem todas jogam bombas. Existem vários nomes inteligentes nesse mundo e estes muçulmanos em contato com o mundo ocidental tem mudado drasticamente. Assim como muitas culturas não resistirão... a cultura de guerra deles no mundo ocidental não sobrevive à próxima geração. Assim que esses caras entrarem nas faculdades serão contaminados pra sempre com o vírus ocidental.

6 - E nem tudo é ruim. A exceção da sharia no que tange a falta de compreensão com pessoas de outra religião... a forma do muçulmano enxergar sua atuação no mundo deixa os cristãos de queixo caído: constroem hospitais, orfanatos, escolas, faculdades... e claro... tudo isso, disseminando o ideal deles. Como os cristão fizeram nos últimos 1700 anos. Mas vai por mim, a relativização do mundo moderno não aceita mais os extremismos.

Para que isso fosse um problemásso, os muçulmanos teriam que criar uma guerra contra o mundo ocidental e acabar com tudo... só que se fizerem isso... acabam com o mercado consumidor do petróleo e outras coisas... então... não farão. O mundo deles também é governado por gente que gosta mais de dinheiro do que de Alá. O nosso também... só que ao invés de alá, é Deus.

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Meu bom amigo que acaba de chegar da Europa respondeu:

cara, concordo com vc em quase tudo... tb não gosto de dados sem fontes confiáveis, e eles sequer citaram no vídeo... mas o que me impressionou foi a forma com que eles penetram no oeste europeu,... posso confirmar isso pq o que via de gente vestido em londres como muçulmano era impressionante, nem parecia país ocidental... então acaba que em um certo ponto eles serão a religião predominante lá, eles serão predominantes em número, assim como os católicos no brasil... mas de qlqer forma não deixa de ser uma mudança triste, pq por mais que lá seja um país tido como "cristão" mas sem cristãos de fato, lá será um continente tido como muçulmano...

Com relação a "queda" das culturas, isso realmente é um fato... já vi várias matérias que relatam essa preocupação, onde existe lugares na espanha por exemplo que tem até programas de imigração, pq em algumas cidades a população diminiu ao invés de aumentar... mas é claro que lá na Espanha os brasileiros não estão neste programa de imigração, e sim no programa de extradição...rsrs


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E sobre isso eu apenas finalizo.

Acredito que fatos assim não são a coroação do diabo (como alguns continuam tentando acreditar) mas o sacramento do falível Cristianismo! Tivemos séculos para oferecer uma proposta melhor ao mundo... e hoje, o mundo não está de mau de Deus, está de mau com a proposta falida dos cristãos.

Claro que a igreja já trouxe exemplos incríveis ao mundo... porém, na soma, ficou associada ao atraso e ignorância.

Se não fosse o islamismo, seria outra coisa... Pra mim, apenas prova que o Cristianismo continua falho na missão que tomou pra si: ser imagem de Cristo no mundo. Nos tornamos no máximo a nossa imagem de corrupção.

Bom, é isso.

15 abril 2009

Hoje é Terça! Sexta feira já passou!

CONSULTO o calendário: hoje é sexta-feira da paixão, 10 de abril. Me deu vontade de escrever de um jeito diferente, fazendo de conta que hoje é terça-feira da semana que vem. Se me disserem que isso não é possível contesto dizendo que na literatura tudo é possível... E assim, assentado diante do computador, corrijo a data: é o dia 14, dia que hoje ainda não existe.

O hoje já passou. A Sexta-Feira da Paixão ficou para trás. Isso, segundo a medição dos calendários escritos. Mas não segundo os calendários da alma. Os calendários da alma não têm nem antes nem depois. Na alma, o tempo é sempre presente. A alma vive chamando de volta um tempo que já passou: isso tem o nome de saudade...

A alma é atrasada. Não quer progresso. Não quer ir para o futuro. O que ela deseja mesmo é voltar para o passado porque é no passado que moram os objetos que ela amou e perdeu. A alma navega sempre ao contrário, na direção do amor.

Sexta-Feira da Paixão faz voltar o cheiro dos pobres que não tomavam banho. É um cheiro inconfundível, comovente, diferente do cheiro dos ricos que não tomam banho. O cheiro de não tomar banho dos pobres é reverente. E é por isso que os pobres vão à procissão vestidos com ele. Já o cheiro de não tomar banho dos ricos fede. Faz pensar em sovaco.

O cheiro dos pobres que não tomavam banho tem um lugar privilegiado nas memórias que escrevi no livro "O sapo que queria ser príncipe". Se o título o intriga, eu explico: o sapo era eu, menino de roça desajeitado... Marcel Proust deveria sofrer de uma saudade imensa para escrever um livro tão comprido sobre o mistério da procura do tempo que se perdeu, sabendo que as águas de um rio não voltam atrás.

Ou voltam? O desenhista Escher achava que sim e até fez um desenho em que as águas voltavam atrás, subiam um morro e viravam cachoeira. E o escritor sagrado era de opinião igual e escreveu "lança o teu pão sobre as águas porque depois de muitos dias o encontrarás" (Eclesiastes 11.1 ). As águas do rio da alma são circulares. O que se pensa perdido volta. E é pra isso que existe Deus, pra fazer as águas do rio do tempo voltarem e assim nos curar da saudade...

Hoje, Sexta-Feira da Paixão. Nas Minas Gerais antiga, as mulheres pobres já separaram as pedras pesadas que equilibrarão na cabeça na procissão. É preciso sofrer pra seguir Deus, caminhando devagar... Deus é uma pedra pesada que se carrega na cabeça. Alguns carregam a pedra do lado de fora, como as mineiras analfabetas. Outros carregam a pedra do lado de dentro, doloroso cálculo cerebral. Terminada a procissão, as mineiras põem a pedra no chão e ficam felizes de novo. Terminada a procissão, as pedras que vão do lado de dentro continuam doendo.

Hoje, Sexta-Feira da Paixão, os berra-bois berravam seus zunidos sinistros noite a dentro. Eram os uivos dos demônios que voavam livres nesses três dias em que Deus estava morto. Naqueles tempos o poder dos demônios era maior.

Sei que acontecia assim porque minha mãe me contou. E por falar em berra-boi -quem não sabe o que é berra-boi que o procure no dicionário- eu tenho um, pequeno, brinquedo, feito de bambu...

De qualquer forma, acreditando ou não, faria bem para a alma ouvir a marcha fúnebre de Chopin ou a segunda sinfonia de Mahler.

Rubem Alves, na Folha de S.Paulo.

Via Pava

14 abril 2009

Lobo gosta de porquinho

Se tiver tempo... assista essa animação em stop motion que achei lá no Sedentário!

Caio o queixo com a criatividade da turma! Muito bom mesmo.

06 abril 2009

Aquecimento Global x Esfriamento Humano


A ALMA NA UTI…





Uma das maiores fontes de manutenção do amor entre os humanos, a paternidade/maternidade, está na UTI.

O mais poderoso de todos os alteradores de estado de ser e crer que existe entre os humanos, a missão de mãe, está ainda presente em um remanescente fiel, mas a árvore está cortada até a cepa.

A velhice virou 3ª idade, sem reverência e sem carinho.

A infância se tornou um show e um desfile de aquisições, de um lado, ou de mendicância, de outro.

A adolescência acontece nas câmaras virtuais, subjetivas, ausentes, autistas, em pânico energético.

A juventude se perdeu na imaturidade sem tempo pra acabar, visto que a bobagem se tornou o projeto da existência.

A vida adulta está perdida entre a inveja adolescente da juventude etária, e o pânico da inevitável 3ª idade — medo decorrente da culpa em razão de como tratam os pais envelhecidos.

E pensar que um dia João disse:

"Pais, eu escrevo para vocês porque vocês conhecem a Deus desde o principio.

Jovens, eu escrevi a vocês porque vocês são fortes, porque o amor de Deus permanece em vocês, e porque vocês têm vencido o maligno.

Filhinhos, o amor de Deus está em vocês".

Infinitamente pior do que assistir à morte do Planeta é ver todos os dias a morte do homem pela morte do amor.



Caio
3 de abril de 2009

01 abril 2009

Homens e Lobos


Excelente texto que recebi em uma comunidade que participo. Vale a leitura:


Homens e lobos

EXISTEM MOMENTOS em que fico horas a olhar para o meu gato. Com inveja, sempre com inveja. Só Deus sabe o que existe na cabeça de um felino. Mas acompanho as rotinas dele e sei, filosoficamente falando, que ele é feliz.

Nós, humanos, seres temporais por excelência, vivemos aprisionados à ideia do nosso próprio fim. E, como se não bastasse essa terrível condenação, somos também incapazes de habitar cada momento inteiramente. O presente, em nós, está sempre carregado de passado e de futuro: do que fomos, das memórias que temos, do caminho e das escolhas que fizemos; e daquilo que gostaríamos de ser, ou ter, ou fazer. O presente, para nós, não é um lugar para estar. É uma breve passagem a caminho de outra breve passagem.

Sempre e sempre e sempre até a despedida final. Por isso, aconselho: se quiserem entender a natureza da felicidade, comprem um gato. E acompanhem a forma como ele cumpre as suas rotinas com entrega contida e total. Ele não esp era nada, ele não deseja nada. A felicidade, para ele, não existe por adição: de objetos, experiências, lugares. Mas por repetição: ele repete as experiências que são significativas. E, em cada repetição, existe a certeza da mesma felicidade.

Um gato ajuda a entender tudo isso. Mas um livro publicado recentemente reforça a ideia. Confesso: comprei o livro sem expectativas numa livraria do aeroporto de Heathrow, em Londres. Só o título despertou a curiosidade: "The Philosopher and the Wolf: Lessons from the Wild on Love, Death and Happiness" (o filósofo e o lobo: lições do selvagem sobre amor, morte e felicidade; Granta, 246 págs.). Não é manual de filosofia "ligeira". Longe disso. O livro de Mark Rowlands é uma mistura erudita de experiência pessoal e reflexão metafísica, em que Nietzsche, Heidegger e Camus têm participação direta.

Ponto de partida: certo dia, o professor Rowlands leu anúncio no jornal. Alguém vendia lobos por US$ 500 . Rowlands entrou na aventura. Horas depois, a casa estava destruída pelo novo hóspede, de nome Brenin, que não poupou a mobília e as cortinas. Primeira lição: um lobo não é um cão. E, nos 11 anos seguintes e após treino apertado, Brenin foi a companhia do professor. Em casa. Na rua. Em viagem. E até nas aulas, para espanto de colegas e alunos: enquanto o professor dissertava sobre Platão e Aristóteles, o lobo dormitava ao seu lado. As aulas terminavam com um uivo. O livro de Rowlands é uma descrição pessoal de tudo isso: da relação idiossincrática de um homem com um lobo. Mas o livro de Rowlands oferece-se essencialmente como uma longa meditação sobre a natureza da felicidade humana. Ou, se preferirem, sobre a sua impossibilidade.

Impossibilidade? Precisamente. A modernidade ofereceu-se aos Homens como projeto de construção secular. Por meio da Razão, seria possível conquistar a "sorte" que tanto afligia os gregos e realizar na Terra o que a c ristandade medieval apenas prometia para o Reino dos Céus.

A felicidade seria uma construção individual e progressiva rumo a um fim determinado. Paradoxalmente, essa ideia libertadora apenas trouxe o seu reverso: se a felicidade era responsabilidade nossa, a infelicidade também. E, adicionalmente, se a felicidade era convertida em projeto, ela seria igualmente convertida em insatisfação interminável: jamais estaremos onde queremos estar; jamais seremos o que queremos ser; jamais teremos o que queremos ter. A felicidade moderna converteu-se numa vigília permanente: a vigília de Homens insatisfeitos; de Homens esmagados pelos seus próprios ideais de felicidade e perfeição. Viver com Brenin ensinou a Rowlands essa crucial diferença entre Homens e animais: nós vivemos mergulhados no tempo e nas nossas próprias teleologias pessoais. E a forma como desejamos sempre momentos que são posteriores ao momento presente impede-nos de viver qualquer momento de forma real e total.

A infelicidade humana não nasce da nossa ignorância ou da nossa imperfeição. Muito menos da ignorância ou da imperfeição das nossas sociedades. A infelicidade humana é um produto da nossa específica temporalidade. Resta uma questão final: serão os Homens superiores aos animais? A resposta de Rowlands talvez seja a mais honesta: depende do que entendemos por "superioridade". Sim, um lobo jamais pintaria o teto da Capela Sistina. Mas será a Capela Sistina uma necessidade para um lobo? Ou, pelo contrário, será antes uma necessidade para nós? Uma forma de completarmos a parte que nos falta das várias partes que nos faltam?

João Pereira Coutinho