25 junho 2008

Episódio no Cold Case


No último domingo, assisti a um episódio de um de meus seriados favoritos: Cold Case na Warner. Bom, mas o que me chamou a atenção foi o roteiro deste episódio, vou tentar escrever aqui de forma breve porque não encontrei o script e o título deste episódio.

A situação se passa num grupo de apoio cristão que acontecia em uma escola. Neste grupo estavam envolvidos um rapaz que tinha atrações homossexuais, um casal de namorados que fizeram um compromisso de castidade, uma moça que era complexada com seus pensamentos sujos e vivia em crise com sua castidade e uma outra moça que era completamente livre para o sexo e outros pensamentos "impuros". Comandando a turma estava um jovem seminarista, um líder pouca coisa mais velho do que eles.

Se fosse só isso, não ia estar no Cold Case né! Bom, já contando o final, a menina mais "livre" é assassinada e o caso fica sem solução. Anos depois, a equipe do Cold Case começa a desvendar o crime. O resultado é o seguinte: a mocinha que era livre era o paradoxo da vida daquelas pessoas, ela aceitava e não se culpava pelo sexo antes do casamento, desde que feito com amor. Ela aceitava a condição homossexual do colega e dizia para a outra menina se libertar de seus medos e enfrentar o amor.

Resultado, foi morta pelos colegas de grupo. A cena é um apedrejamento onde a chamam de prostituta e que ela foi a culpada, ela os sujou...

Sabe, quando terminou o episódio... eu fiquei pasmo. Porque vi o "modus vivendi" da religião ali naquela tela. Na nossa vida, as coisas não são nada diferentes da tela não.

Temos líderes inexperientes que não aceitam sua situação deplorável e não pedem ajuda e, muito pelo contrário, passam a ajudar pessoas tão doentes quanto eles. Assim, encontramos as respostas em santidades de meia tigela, forçadas por uma condição se castidade ou de bloquear qualquer pensamento sexual. Assim, vamos criando esquizofrênicos com mentes repletas de desejo e lascívia que só lutam contra essas coisas através da repressão.

Aliás, esta é a palavra: REPRESSÃO. Assim, temos uma jovem que não aceita sua condição de mulher e de ter desejo, logo é casta (mas só de mentirinha, só para os outros não saberem). Temos o casal de namorados que fez a aliança de castidade, mas na verdade estão transando como dois coelhos (mas na frente dos outros, são castos). Temos o adolescente que luta contra sua condição de gostar do mesmo sexo, mas na frente de todos, ele é o machão. E temos o líder espiritual, que nutre suas taras pessoais de ouvir as histórias de seu grupo.

Quando chega alguém que não sofre das mesmas repressões. É morta.

Porque? Porque não aguentamos ver alguém sendo livre e feliz. Não estou fazendo apologia ao sexo livre ou ao homossexualismo, estou apenas dizendo que, somos tão morimbundos com nosso condição de repressão que nossa única saída tem sido repreender o outro... ou matá-lo. E matamos, todos os dias... porque não aceitamos e quando não aceitamos e expulsamos, somos os verdadeiros assassinos. A diferença é que nossa arma é carregada com desprezo.

É isso.

2 comentários:

Unknown disse...

poh eu quero saber o nome da música que toca no final desse episódio...sabe qual é?

Unknown disse...

Oi, a música é do Goo Goo Dolls - Black Balloon.